
Ainda sem reconhecer a derrota eleitoral declarada no último sábado (7) para o candidato democrata Joe Biden, Donald Trump seguiu despachando na Casa Branca nesta segunda-feira (9) como um dia a mais em seu governo.
Alheio à realidade, ele anunciou no mais puro estilo trumpiano – em uma mensagem no Twitter, com letras maiúsculas e pontos de exclamação –, a demissão do chefe do Pentágono, Mark Esper. Esper é o primeiro de uma possível lista de nomes a serem demitidos por Trump nos dois meses que lhe restam na Casa Branca.
“Tenho o prazer de anunciar que Christopher C. Miller, o respeitado diretor nacional do Centro de Contraterrorismo (confirmado por unanimidade no Senado), será o secretário interino da Defesa, com efeito imediato. Chris fará um GRANDE trabalho! Mark Esper foi demitido. Gostaria de agradecer-lhe por seu serviço”, postou o presidente.
Horas antes, ele se havia congratulado pelas últimas notícias sobre a pesquisa da vacina contra o coronavírus e a aceleração que isso provocou nas Bolsas. A empresa farmacêutica Pfizer e sua parceira alemã BioNTech anunciaram que é “90% eficaz”.
Agendas de Trump e Biden
Enquanto Donald Trump encena tranquilidade, Biden já toma as primeiras providências de seu governo, trabalhando a criação de um conselho consultivo para a Covid-19 e também de uma equipe de transição. Na contramão da aceitação da derrota, Trump não fala com a imprensa, nem tem eventos convocados, mas continua a tuitar e não se esquece de seus inimigos.
Ao menos o confronto público com Mark Esper desta segunda encerra o ciclo de desgaste iniciado no meio do ano, quando o republicano ameaçou colocar o Exército nas ruas, sem a aprovação dos Estados, para conter os atos de protestos contra o racismo, majoritariamente pacíficos.
“Não apoio a invocação da Lei da Insurreição”, disse então o chefe do Pentágono, “estas medidas deveriam ser utilizadas como último recurso e nas situações mais urgentes e extremas. Não estamos em uma dessas situações agora”. “Sempre achei que a Guarda Nacional é mais adequada para lidar com questões internas”, frisou Esper, em discordância a Trump.
Com informações do El País Brasil e Público.pt