
Candidato à reeleição em São Paulo, o prefeito Bruno Covas (PSDB) negou nesta segunda (16) que tenha se referido a seu adversário no segundo turno, Guilherme Boulos (PSOL), quando falou de seu primeiro lugar como uma vitória sobre o radicalismo. Segundo Covas, o objetivo de sua campanha é construir consenso para governar a cidade “para todo mundo”.
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“Olha, em nenhum momento eu citei o nome do Guilherme Boulos”, disse o prefeito em participação para o UOL. No primeiro turno, o tucano conseguiu 32,85% dos votos, contra 20,24% do psolista.
Se quando eu falo que a cidade de São Paulo não quer radicalismos ele acaba achando que estamos falando dele [Boulos], é um problema para ele resolver. Nós vamos buscar, nesse segundo turno, o voto de todo mundo, ninguém é dono de voto na cidade de São Paulo.
“Radicalismo”
No último domingo (15), o prefeito agradeceu a “espetacular vitória no primeiro turno” após o anúncio do resultado das urnas na capital. No diretório estadual do PSDB, criticou o que chama de “radicalismo” na campanha e sugeriu que a imprensa interpretasse a quem se referia quando foi perguntado se falava sobre o adversário no segundo turno.
“A esperança venceu os radicais no primeiro turno e vai vencer os radicais no segundo turno”, disse Covas.
Boulos, que se projetou à frente do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), interpretou que o “radicalismo” foi direcionado a ele. E respondeu, também na noite de ontem, em sua casa, no Campo Limpo, que radicalismo é a maior cidade do país ter pessoas morando nas ruas e caçando comida em lixeiras.
“Radicalismo é o abandono do povo em uma cidade como São Paulo. O que está em jogo no segundo turno é se vai vencer a mesmice, os mesmos de sempre, que mandaram a cidade para o abismo em que estamos hoje, ou a esperança, um projeto de futuro”, Guilherme Boulos, em resposta a Covas.
Nesta segunda (16), Boulos voltou a criticar a fala de seu adversário e o acusou de “mudar o discurso de acordo com os ventos para tentar ganhar votos. “Esse discurso de me chamar de extremista, de radical é o discurso do bolsonarismo, é o discurso do ódio. Que o Bruno Covas tenha aderido a isso por conveniência eleitoral só o diminui.”
Com informações do UOL