
Governadores esperam que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, garanta a intenção do governo federal de assumir o compromisso de adotar múltiplas vacinas na imunização da população contra a Covid-19 já nesta terça-feira (8), quando devem se reunir novamente.
De acordo com informações veiculadas pela Coluna Painel, da Folha de S.Paulo, até o momento, o Ministério da Saúde tem apostado na vacina produzida pelo laboratório AstraZeneca, a ser fabricada na Fiocruz, mas a perspectiva é a de que o imunizante só fique pronto em março de 2021.
Nesta segunda (7), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou que deve começar em janeiro a vacinação da população com a Coronavac, produzida pela chinesa Sinopec no Instituto Butantan. Nesta semana, o Reino Unido inicia a imunização em massa com a americana Pfizer.
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Diante do avanço, os governadores pressionam Pazuello a comprar vacinas de outros laboratórios, o que é alvo de resistência de Jair Bolsonaro (sem partido), que já declarou que o Brasil não compraria a vacina chinesa.
Saúde diz ‘desconhecer’ agenda
A reunião com Pazuello acontece na Casa Civil e terá a presença do ministro da pasta, Braga Neto. O encontro deve iniciar às 11h, segundo os governadores. Até a noite desta segunda (7), no entanto, o Ministério da Saúde informava desconhecer o encontro.
Líder informal dos governadores no tema, Wellington Dias (PT-PI) defendeu que o governo federal compre diferentes vacinas para imunizar as pessoas.
“Quanto mais laboratórios atuando na produção de vacinas, mais cedo nós saímos da pandemia e da crise econômica, dessa situação indefinida”, disse. “O que queremos dessa reunião com o ministro Pazuello é uma proposta concreta, múltiplas vacinas no Plano Nacional de Imunização e um plano estratégico para que a gente possa até abril, junho sair da crise”.
No fim de semana, os conselhos de secretários estaduais e municipais de saúde divulgaram uma carta aberta, em que defendem que todas vacinas que tenham segurança e eficácia devem ser empregadas e que o governo deve comandar a organização para a compra de materiais e a estratégia de vacinação.
“A falta de coordenação nacional, a eventual adoção de diferentes cronogramas e grupos prioritários para a vacinação nos diversos estados são preocupantes, pois gerariam iniquidade entre os cidadãos das unidades da federação, além de dificultar ações nacionais de comunicação e organização da farmacovigilância”, diz a carta.
Com informações da Folha de S.Paulo