
As redes sociais do deputado Arthur Lira (PP-AL) deixam claro que, nos últimos dias, a disputa pela presidência da Câmara dos Deputados esquentou. Lira, que é o candidato que conta com o apoio de Jair Bolsonaro, tem publicado críticas a Rodrigo Maia (DEM-RJ), que é o principal articulador de uma candidatura que defende a Câmara mais distante de Bolsonaro e ainda não definiu quem será o candidato.
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Uma das batalhas dos últimos dias tem sido em torno do recesso parlamentar. Enquanto Maia quer suspender a folga e manter o plenário em funcionamento, o que lhe daria mais um mês de controle sobre a pauta legislativa, Lira é contra.
Nos últimos anos, a pauta foi de @RodrigoMaia e não da Câmara. E agora, no apagar das luzes, e para dar tempo para articular um projeto pessoal de sucessão, ele volta a querer impor sua vontade.
— Arthur Lira (@ArthurLira_) December 20, 2020
Centenas de deputados têm compromisso em suas bases e já fizeram suas agendas – percorrendo os municípios e já iniciando o diálogo com os novos prefeitos eleitos. Boa parte do que está parado poderia ter sido votada, por entendimento do colégio de líderes.Coisa que não aconteceu.
— Arthur Lira (@ArthurLira_) December 20, 2020
Além das críticas diretas a Maia, Lira tem compartilhado opiniões de aliados contra o atual presidente.
Bloco @RodrigoMaia : PT, DEM, PDT, PSB, MDB, Cidadania, Rede, PV, PCdoB, PSDB e PSL. O anúncio: tentativa de demonstração de força. Só faltou combinar com os MEMBROS desses partidos. No DEM, já há dissidências fortes; no PSL, apenas alguns bivaristas estão com ele.. #DerreteMaia
— Vítor Hugo (@MajorVitorHugo) December 19, 2020
Lira também defendeu a participação de Bolsonaro e do Planalto em sua campanha.
O presidente @MichelTemer é um democrata. E como é da política, atuou legitimamente em nome de @RodrigoMaia dentro do Congresso. Por que o que vale para uns não vale para os outros? Será que por esse apoio, Maia deixou de ser independente?
— Arthur Lira (@ArthurLira_) December 20, 2020
Lira x Maia
Do lado de Maia, os seis primeiros partidos a embarcar na coalizão (PSL, MDB, PSDB, DEM, Cidadania e PV) ganharam, na última sexta-feira (18), o reforço da oposição. PT, PSB, PDT, PCdoB e Rede se somaram ao grupo, e o PSOL ainda estuda aderir, mesmo com candidatura própria para a Câmara.
A estratégia de Maia para atrair partidos de espectros políticos tão distantes — como PSL e PT —, foi construir um bloco centrado em uma mesma ideia: barrar a ameaça de uma Câmara dos Deputados servil ao Palácio do Planalto.
As legendas concordaram em apoiar essa diretriz comum, mesmo com acentuadas divergências entre si, em especial na pauta econômica. Os dois candidatos de Maia, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e o presidente do MDB, Baleia Rossi (SP), representam a continuidade da veia mais liberal na economia personificada pelo atual presidente — e alinhada com o ministro da Economia, Paulo Guedes.