Em meio à omissão e ao descaso do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), a taxa de desemprego no Brasil ficou em 13,9% no quarto trimestre de 2020, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse é o pior resultado para o período, conhecido pela geração de novos empregos, desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012.
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Isso significa que existem cerca de 13,4 milhões de pessoas na fila por um trabalho no país. Se considerados todos os subutilizados, que inclui os desalentados e subempregados, o desemprego atinge mais de 32 milhões de brasileiros.
O resultado da pesquisa, porém, trouxe uma melhora em relação à taxa de desemprego de 14,1% do trimestre encerrado em novembro. “A taxa é para ser celebrada diante dos números anteriores, mas o cenário ainda é complicado”, afirma Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados, ao jornal O Estado de S. Paulo.
“Devemos ter uma recuperação extremamente lenta no primeiro semestre deste ano e no segundo semestre ainda estaremos às voltas com o processo de vacinação e o presidente (Jair Bolsonaro) totalmente focado na eleição de 2022, o que significa chance nenhuma de reformas”, concluiu.
Na média do ano, a taxa de desemprego saltou de 11,9% em 2019 para um ápice de 13,5% em 2020. Sergio Vale prevê que a desocupação volte a acelerar nas próximas leituras, até a taxa alcançar 15,1% em maio, encerrando o último trimestre de 2021 em 14,1%, o que elevaria a média anual para 14,7%, um novo recorde.
Os mais afetados
Ainda de acordo com reportagem do Estadão, os trabalhadores mais afetados no ano de 2020 foram os do comércio (-1,702 milhão de vagas, em média), serviços domésticos (-1,198 milhão de trabalhadores) e alojamento e alimentação (-1,172 milhão). Todos os três setores bateram recordes de demissões.
“Essa crise é uma tempestade, que acaba colocando para fora – ao contrário das outras crises – a informalidade. Agora estamos vendo o retorno da informalidade com reabertura de praia, das ruas”, disse Cimar Azeredo, diretor adjunto de Pesquisas do IBGE.
Renda
O rendimento médio real habitual dos trabalhadores – considerando a soma de todos os trabalhos – foi de R$ 2.543 em 2020, uma alta de 4,7% frente a 2019. No trimestre final de 2020, a renda ficou em R$ 2.507, 4,2% abaixo daquela apurada no terceiro trimestre e 2,8% acima de igual período de 2019.
“O crescimento real dos salários foi acelerado durante a pandemia, já que a maioria das perdas de empregos foi de trabalhadores com salários mais baixos do que a média e que integravam o setor informal da economia”, explica Ramos, em relatório.
Com informações do jornal O Estado de S. Paulo e Valor Econômico