por redação Socialismo Criativo em 11/10/2018.
Curitiba investe para se transformar em polo de tecnologia e inovação inspirado no Vale do Silício.
Curitiba, a cidade “mais verde” do Brasil, vem investindo para ser, também, a “mais inteligente”. Há quatro décadas, o município buscava atrair grandes indústrias, como as de áreas de automação e de produção de eletroeletrônicos, hoje vem ampliando espaço para novos empreendedores, que trazem o perfil de negócios de startups, e, sobretudo, para marcas que atuam em lojas virtuais, no e-commerce.

O Bom Negocio-Vale do Pinhão devera atrair investidores de outros lugares do mundo para Curitiba. Foto Renato Soares – MTur.
“Curitiba conta com grandes universidades, importantes empresas, bons consultores, incubadoras, aceleradoras, mentores, fundos de investimento e instituições que ajudam no fomento do empreendedorismo”, comenta o coordenador de Empreendedorismo e Incubação da Agência de Inovação da Universidade Federal do Paraná (UFPR), professor Dr. Cleverson Renan da Cunha.“Tudo isso, possibilitou o surgimento de um ecossistema de inovação forte na cidade e que vem motivando empreendedores a apostarem em projetos inovadores”, completa.
Empresas como MadeiraMadeira, Ebanx e Contabilizei ganharam projeção internacional e, nos últimos dois anos, investimentos focados no desenvolvimento de seus negócios, receberam, juntas, mais de R$ 300 milhões. A injeção de capital fortalece os negócios, estimula a geração de empregos e vem chamandoa atenção de empresas do Vale do Silício (Califórnia, EUA), considerado o maior polo de inovação do mundo, e de investidores internacionais, como a Flybridge (EUA) e a Kaszek Ventures (Argentina).“São empresas com base tecnológica, com um custo de operação proporcionalmente baixo e com alta capacidade de ganhar escala”, explica coordenador da Endeavor no Paraná, Marco Mazzonetto. A organização é líder no apoio a empreendedores de alto impacto ao redor do mundo.
Políticas Públicas
Diante dos novos perfis de negócios, a Prefeitura de Curitiba vem incentivando e fomentando esse ambiente de inovação da cidade. Motivada pelo histórico de sucesso do Vale do Silício norte-americado, está sendo pensado o Vale do Pinhão, um movimento do município e de startups para criarem uma marca, uma etiqueta que transforme os negócios da região em referências. “Uma das primeiras iniciativas do município foi a redução do tempo de abertura das empresas e a entrada na Redesim, que congrega os diferentes órgãos responsáveis pela abertura de uma empresa, como secretarias municipais, Junta Comercial e Receita Federal, em uma única plataforma, facilitando a vida do empreendedor que quer abrir seu negócio”, destaca a presidente da Agência Curitiba – Prefeitura de Curitiba, Cris Alessi. ARedesim é aRede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios e faz parte do Sebrae.
Bom Negócio
Buscando viabilizar novos negócios, a Câmara de Vereadores de Curitiba aprovou, no mês passado, o programa Bom Negócio – Vale do Pinhão, uma versão de um já existente do programa de capacitação em gestão empresarial do município, mas, agora, voltada ao fomento da inovação. Após os encaminhamentos finais da prefeitura municipal, a nova iniciativa terá como parceirao Sebrae do Paraná e mais de 20 entidades que compõem esse movimento encaminhado batizado de Vale do Pinhão.
As ações na área do empreendedorismo, no município, já ofereceram cursos de capacitação que beneficiaram mais de 13 mil pessoas de 2005 a 2012. As novas propostas reconduzem esses cursos para focarem na preparação de empreendedores que reforcem a proposta de cidade inovadora. A construção do programa aprovado, agora,foi feita de forma coletiva, contando com universidades, entidades de fomento, especialistas em gestão, empresas, empreendedores e grupos de terceiro setor, todos em prol da criação, não apenas de um novo projeto municipal, mas de um futuro polo de inovação e tecnologia paranaense.
Os passos iniciais para ambientação no Bom Negócio – Vale do Pinhão tem relação direta com preparação técnica de novos empreendedores. Assim, o planejamento aos interessados em participar prevê uma jornada de 86 horas dedicadas ao aprendizado dentro da área do empreendedorismo, considerando cursos e orientações presenciais e a distância (EAD), o que foi batizado de rotas, uma espécie de módulos. A Rota 1, em sistema de EAD e considerada pré-requisito para as demais etapas, terá 16 horas e seus cursosabordarão temas como planejamento, mercado e finanças. Já a Rota 2 é mista: composta por 14 horas de EAD e workshops. A Rota 3, a mais extensa, será de 56 horaspresenciais e serádividida em sete encontros temáticos Ao término dessas jornadas, o empreendedor receberá um certificado contendo três selos: Pinhão, Araucária e Gralha Azul, cada um representando uma etapa de formação e a evolução do empreendedor no programa, marcando, em Curitiba, a formação da primeira turma do Bom Negócio – Vale do Pinhão.
Mentorias
O movimento que busca criar o polo do Vale do Pinhão é focado em cinco pilares: (1) educação e empreendedorismo, (2) ações integradas de incentivo à tecnologia, (3) revitalização de regiões com emprego e renda, (4) fomento/incentivos e (5) integração/articulação. É seguindo esses pilares que, aos empreendedores participantes das 86 horas de curso, serão oportunizados encontros, durante o processo, com possíveis investidores – cerca de 100 –, que já estão inscritos no programa. Os empreendedores serão orientados sobre melhoria do negócio, assim como, contarão com o apoio dos mentores para acompanhar o desenvolvimento de suas micro ou pequenas empresas.