
O quadrinista argentino Quino, conhecido por criar a personagem ‘Mafalda’, morreu nesta quarta-feira (30) aos 88 anos. A notícia foi confirmada no Twitter por Daniel Divinsky, editor de Quino.
“Quino morreu. Todas as pessoas boas do país e do mundo ficarão de luto por ele”, escreveu Divinsky. A causa da morte não foi divulgada. Segundo a imprensa argentina, o artista teria sofrido um acidente vascular cerebral nos últimos dias.
Joaquín Salvador Lavado foi o criador das histórias em quadrinhos mais traduzidas da língua espanhola. Ele nasceu em 1932, em Mendoza, na Argentina, onde voltou a morar em 2017, após a morte de sua mulher, Alicia Colombo.
Criação de Mafalda
Mafalda foi criada por Quino já em seu primeiro emprego como desenhista publicitário, em 1962. A garotinha seria personagem de uma peça de propaganda, que foi rejeitada por jornais na época.
Mas em 1964 o autor retomou o personagem, que habitou sua primeira tirinha publicada no dia 29 de setembro. Sua personagem mais famosa completou 56 anos nesta segunda-feira (29). A personagem, politizada e engajada em causas sociais, nunca deixou sua ternura infantil de lado. Ha mais de meio século as atitudes críticas de Mafalda conquistaram gerações de leitores em suas tiras de jornais e álbuns de quadrinhos e livros.
Além dos problemas sociais, e menininha de seis anos, fã de Beatles, também ficou famosa pela preocupação com a sopa no jantar.
Os livros de Mafalda foram traduzidos para mais de 30 idiomas. A personagem também virou protagonista de um filme, produzido na Argentina e lançado em 1982.
Além da garotinha, as tirinhas também tornaram célebres personagens como Manolito, Susanita, Guille, Filipe e Libertad. Em 1973, Quino decidiu que não desenharia mais Mafalda, após quase 2 mil tirinhas.
Em uma entrevista em 2014, questionado se a personagem manteria seu olhar crítico ao mundo tantos anos depois, Quino disse que sim. “E tem mais argumentos ainda. Se você ver os jornais, não precisa nem perguntar o porquê.”
Depois de abandonar a personagem, Quino continuou a criar histórias com tom político, muitas vezes sobre opressão e desigualdade social, para jornais de vários países.
Com informações do G1 e Uol