
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação brasileira, fechou 2020 com alta de 4,52%, pressionado principalmente pelo encarecimento dos alimentos, cujos preços subiram 14,09% no acumulado do ano.
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A alta decorre principalmente dos efeitos da pandemia, que impulsionou a demanda por esses produtos, mas também pela alta do dólar, que encarece importações, e pela disparada no preço de commodities no mercado internacional.
Entre os alimentos que mais aumentaram de preço no ano, estão óleo de soja (103,79%), arroz (76,01%), leite longa vida (26,93%), frutas (25,40%), carnes (17,97%), batata-inglesa (67,27%) e tomate (52,76%).
Em setembro, ao ser cobrado sobre o preço elevado do arroz, em visita à Feira Permanente do Cruzeiro, localizada próximo à região central de Brasília, o presidente Jair Bolsonaro respondeu: “Vai comprar na Venezuela”.
De acordo com o IBGE, a inflação de 2020 também foi puxada pelo grupo habitação, que subiu 5,25% no ano passado, influenciada pela alta de 9,14% na energia elétrica.
Coma entrada em vigor da bandeira vermelha patamar 2 em dezembro, o preço voltou a subir, após dez meses consecutivos na bandeira verde. “A bandeira tarifária vermelha 2 devastou o índice, com um avanço de quase 10%, muito grande para um item que tem tanta representatividade”, afirmou Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa.
O economista também se mostrou preocupado com o comportamento da inflação, mas projeta um índice de 3,3% para 2021.
Educação
No grupo educação, a alta da inflação foi de 0,48% em dezembro. O maior impacto veio dos cursos regulares (0,55%). A educação de jovens e adultos sofreu a maior variação (3,83%).
João Leal, economista da Rio Bravo Investimentos, creditou a alta no grupo educação a reajustes nas mensalidades que não ocorreram no meio de 2020 por causa da pandemia.
“Não houve no meio do ano e se trouxe para o fim do ano. Mesmo ainda com as escolas voltando de forma devagar pela Covid, começamos a observar essa recomposição nos preços. Isso deve permanecer, mas sendo gradual, bastante relacionado ao processo de reabertura econômica”, afirmou o economista.
Com informações da Folha de S. Paulo
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