
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas de intenção de voto para o segundo turno da eleição presidencial, disse nesta quarta-feira (12) durante encontro com representantes de favelas do Rio de Janeiro que a polícia deve ser apenas um componente da política pública para essas comunidades e deve vir depois de saúde, educação e cultura.
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O petista disse ainda que, se eleito, criará comitês nacionais para discutir políticas nacionais para as favelas.
“Nós queremos que a polícia seja um componente de política pública do Estado. Antes de vir a polícia, tem que vir a educação, tem que vir a saúde, tem que vir a cultura, tem que vir a melhoria da vida das pessoas”, disse Lula em discurso durante o encontro realizado no Complexo do Alemão, onde fará uma caminhada ainda nesta quarta-feira, antes de viajar para Salvador para uma nova caminhada de campanha.
Em tom de reclamação, o petista questiona a truculência policial e afirma que a polícia precisa vir “em outro clima”.
“O Estado tem que fazer tudo. A polícia quando vier, ela vem em outro clima, porque não é possível que a gente só apareça em páginas policiais, com violência, com morte e com chacina”, disse o ex-presidente, que enfrentará o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno em 30 de outubro.
Lula promete empregos e políticas públicas
Lula também disse que, caso seja eleito, seu governo trabalhará para aumentar os trabalhos com carteira assinada e para que haja mais crédito disponível aos microempreendedores. O ex-presidente defendeu reajuste “justo” para as aposentadorias e o combate à violência contra mulher.
“Nós iremos construir um país onde, em vez de armas, a gente distribua livros. Em vez de ódio, a gente distribua amor, onde o salário mínimo vai voltar a aumentar todo ano, onde os aposentados vão ter um aumento justo, onde a gente vai cuidar das pessoas com muito carinho, sobretudo acabar com o feminicídio, porque mulher não é objeto de cama e mesa. Mulher é muito importante”, afirmou.
Lula ainda criticou seu adversário, Jair Bolsonaro, e ressaltou que o governo petista executou mais obras nas comunidades e pediu para que nordestinos não votem no atual presidente. Após o primeiro turno, Bolsonaro associou a vitória de Lula no Nordeste ao analfabetismo na região.