
O apoio de membros do PSL ao candidato à presidência da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), promete criar novos rachas na sigla que elegeu o Jair Bolsonaro (sem partido). Aliados do candidato do presidente da República têm incentivado rebeliões internas.
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O clima promete esquentar ainda mais depois que o presidente da legenda, Luciano Bivar (PE), promover uma reunião de sua Comissão Executiva Nacional, marcada para a próxima terça-feira (12), na qual deve receber e encaminhar ao conselho de ética representações contra 20 de seus deputados. Esses parlamentares fazem parte de grupo de 32 que, contra a orientação do PSL, assinaram lista de apoio a Lira.
As representações foram todas protocoladas por Júnior Bozzella (PSL-SP), vice-líder do partido na Câmara, e acusam os deputados de infidelidade partidária. Diversos deles, durante as eleições manifestaram apoio a candidatos que faziam parte de coligações contrárias àquelas das quais o PSL participava.
São alvos de representações os deputados Eduardo Bolsonaro (SP), Carla Zambelli (SP), Alê Silva (MG), Aline Sleujtes (PR), Bia Kicis (DF), Bibo Nunes (RS), Carlos Jordy (RJ), Caroline de Toni (SC), Chris Tonietto (RJ), Coronel Tadeu (SP), Daniel Silveira (RJ), Filipe Barros (PR), General Girão (RN), Guiga Peixoto (SP), Helio Lopes (RJ), Junio Amaral (MG), Major Fabiana (RJ), Marcio Labre, (RJ) Sanderson (RS) e Major Vitor Hugo (GO).
Com o encaminhamento das representações ao conselho de ética, os deputados podem ser expulsos até o fim de janeiro, antes mesmo da eleição da Câmara, marcada para fevereiro.
“O PSL atua em sintonia com a ordem e o progresso. O Brasil é uma nação democrática, a nossa legenda sempre irá trabalhar nessa direção. As expulsões são o caminho natural para os ‘radicais infiéis'”, diz Bozzella.
Racha impactará reformas
A competição entre os dois principais nomes da disputa pelo comando da Casa – Lira e Baleia Rossi (MDB-SP) – ainda trará outras consequências. Já é certo entre parlamentares que o racha também dificultará a formação de maiorias no pós-eleição, o que impactará a aprovação de reformas, que dependem da aprovação de dois terços da Casa.
Prevendo esse cenário, membros dos dois lados da disputa apontam como única saída ao vencedor obter maioria indiscutível, de 300 em 513 deputados.
Com informações da Folha de S.Paulo