
Nesta sexta-feira (20), em meio a um aumento do número de internações, o governo de São Paulo anunciou que determinou a hospitais públicos e privados suspendam o agendamento de novas cirurgias eletivas. A decisão foi tomada após as internações no estado aumentarem 18% na última semana.
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Segundo as autoridades do governo estadual, o objetivo da medida é evitar a desmobilização de hospitais públicos e privados enquanto a equipe técnica avalia o crescimento de casos de Covid-19 no estado. O objetivo é compreender se é um crescimento isolado ou não.
“Essa elevação da curva promove a necessidade de medidas estratégicas e de forma cautelar serão tomadas. Dessa maneira, sempre com o compromisso de preservar vidas, assinamos um decreto que determina a não desmobilização de qualquer leito voltado ao atendimento de Covid, assim como a realização de novos agendamentos de cirurgias eletivas”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn.
O jornal O Globo revelou na última quarta (18) que uma nova análise da Info Tracker — ferramenta que monitora o avanço da Covid-19 em São Paulo —, aponta um aumento de 10,7% nos casos suspeitos de Covid-19 na Grande São Paulo. Em 1° de novembro, a região tinha 597.348 registros, mas na terça-feira, dia 17, o número saltou para 661.081. Só na capital paulista, o aumento é de 10% nos últimos 17 dias.
Adiamento das flexibilizações
Na última semana, o governo de São Paulo adiou a reclassificação das fases de flexibilização de cidades de acordo com o Plano SP para o dia 30. A mudança foi criticada por alguns especialistas, que apontaram que a nova data era um dia após o segundo turno das eleições municipais. Em entrevista coletiva ontem, o governador João Doria rechaçou a acusação:
“Nenhum fator político, ideológico, partidário ou eleitoral influi ou se sobrepõe a decisões relacionadas à saúde em São Paulo”.
O governador de São Paulo comemorou também a chegada das primeiras doses da vacina CoronaVac, produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria como Instituto Butantan. Um lote de 120 mil imunizantes, a primeira parte do acordo entre SP e China, aterrissou ontem no Aeroporto Internacional de Guarulhos. Caso a vacina, que está em fase final de testagem, tenha sua eficácia comprovada, ela poderá ser autorizada para uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Ontem , Doria criticou os problemas burocráticos para aprovação do imunizante.
Suspensão dos testes
Na semana passada, os testes foram suspensos pela Anvisa após a morte de um voluntário. No dia seguinte, foi divulgado que a morte não tinha relação com a vacina.
“Não podemos perder tempo com burocracia ou com discussões inúteis de ordem política, eleitoral, ideológica, enquanto brasileiros morrem. Não é justo, não é correto. Não é humanitário que discussões de ordem política se sobreponham à vida e à existência. Chega!”, afirmou Doria.
Com informações do Globo