
A Argentina começa a enfrentar a quarta onda de Covid-19, diante de um aumento acentuado do número de infectados, embora sem um crescimento do número de mortos ou internados. A afirmação foi da ministra da Saúde, Carla Vizzotti, na segunda-feira (16).
“Começamos hoje na Argentina a quarta onda da Covid-19, que nos encontra em uma situação totalmente distinta”, declarou a ministra durante um encontro com os ministros provinciais da Saúde na localidade patagônica de Villa La Angostura.
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No balanço semanal divulgado neste domingo, foram notificados 33.989 casos, 92% a mais do que os 17.646 casos da semana anterior. O número de internados permaneceu estável, passando de 295 para 300 em todo o país.
Na última semana, 47 pessoas morreram de coronavírus, enquanto 76 perderam a vida na semana anterior.
Com uma população de 45 milhões de pessoas, a Argentina soma 9.135.308 casos da doença e 128.776 mortos desde o começo da pandemia, segundo dados oficiais. Carla Vizzotti descartou planos de retomar os confinamentos.
Semanas atrás, a Argentina começou a aplicar a quarta dose de vacina nos maiores de 50 anos. Um total de 83% dos argentinos tomaram duas doses, enquanto 49% receberam uma ou duas doses de reforço.
Perda da imunidade adquirida
Devido à queda de casos durante o verão, a Argentina deixou de divulgar relatórios diários, adotando a modalidade semanal a partir de 17 de abril. No entanto, desde então, a curva de contágios aumentou à medida que a temperatura caiu, pouco mais de um mês antes do inverno.
A queda da temperatura aconteceu em paralelo a três fatores que os especialistas apontam como os principais para explicar a nova onda: a altamente contagiosa variante ômicron, o relaxamento nos cuidados de prevenção e a diminuição da imunidade adquirida, seja através dos contágios ou das vacinas.
“Durante o verão, a variante ômicron contagiou boa parte da população, trazendo uma imunidade temporária. Ao mesmo tempo, a vacinação avançou, reforçando a imunidade através de imunizantes. Agora, meses depois, essas duas proteções começam a perder eficácia. Daí a importância da terceira dose”, explica à RFI Roberto Debbag, presidente da Sociedade Latino-americana de Infectologia Pediátrica.
A campanha de vacinação, embora tenha atingido 88% da população com uma dose e 80% com o esquema completo, está há meses estagnada, sobretudo na dose de reforço com 47,6%.
Com informações do Valor