
Após injetar até R$ 1,2 trilhão na economia, como medida para reduzir impacto da pandemia do covid19, o BC (Banco Central) tem agora o desafio de fazer com que o dinheiro chegue às empresas e famílias.
Na última segunda-feira (23), a autoridade monetária anunciou o maior plano de liberação de recursos da história. Porém, mais oferta de dinheiro no mercado financeiro não é o suficiente para assegurar que os bancos emprestem o dinheiro.
Para vários economistas, é difícil convencer os bancos a emprestarem a taxas baixas neste cenário de incerteza sobre a duração do isolamento e da interrupção do fluxo de caixa das companhias.
Isso incentivou a BC a criar, junto com o Ministério da Economia e o BNDES, uma linha emergencial de R$ 40 bilhões para financiar dois meses de folha de pagamento de empresas que faturam de R$ 360 mil a R$ 10 milhões por ano.
Nesse caso, o governo entrará com 85% dos recursos e os bancos colocam 15%. O risco de calote é dividido na mesma proporção. Bradesco, Itaú e Santander já fizeram anúncio conjunto dizendo que têm quase 500 mil empresas com esse perfil de faturamento como clientes e que elas, desde que tenham folha de pagamento e dívidas em dia em um dos três bancos, poderão ter acesso à linha.
Como forma de tentar destravar mais recursos, o governo também irá propor ao Congresso uma alteração na Constituição para autorizar o BC a comprar diretamente crédito públicos e privados, algo que é feito pelos bancos centrais de países desenvolvidos.
Com informações do veículo Folha de S. Paulo