
Por Plinio Teodoro
Em meio a uma crise econômica sem precedentes provocada por seu governo no país, Jair Bolsonaro (sem partido) inventou uma nova modalidade de turismo usando a estrutura das Forças Armadas para hospedar e distrair aliados. Nesta segunda-feira (4), o presidente fez uma excursão e levou, entre outros, o pastor Silas Malafaia e o ex-piloto Nelson Piquet – seu chofer no ato de 7 de Setembro em Brasília – para passar uma noite a bordo do navio Aeródromo Multipropósito Atlântico, da Marinha, no Rio de Janeiro.
Bolsonaro e convidados chegaram de helicóptero das Forças Armadas no navio na tarde de segunda-feira e, durante a hospedagem, tiveram a oportunidade de acompanhar de perto um exercício de tiro em alto mar.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Malafaia classifica a viagem como “sensacional” e mostra detalhes do passeio, incluindo a suíte de Piquet e um jantar em alto mar.
“Essa é a suíte do tricampeão mundial, Nelson Piquet”, diz Malafaia. “Presidencial. E balançando”, brinca o ex-piloto.
A viagem ainda ganhou um álbum de fotos no flickr oficial do Palácio do Planalto, além dos registros feitos por outros convidados, como o deputado Hélio Lopes, nas redes sociais.
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O deputado Alexandre Padilha (PT-SP) protocolou um requerimento para que o Ministério da Defesa apresente informações sobre a excursão turística feita.
“É um escárnio”, afirmou Padilha à Fórum sobre o vídeo publicado pelo pastor Silas Malafaia nas redes sociais.
No documento, Padilha indaga a pasta comandada pelo coronel Walter Braga Netto qual é o “objetivo” de se levar Malafaia e o ex-piloto Nelson Piquet para pernoitar no navio, além de requerer informações sobre os custos de deslocamento, hospedagem e alimentação da comitiva presidencial.