
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi eleito o “Corrupto do Ano” pelo Organized Crime and Corruption Reporting Project (OCCRP), um consórcio internacional que reúne jornalistas investigativos e centros de mídia independente.
Em um comunicado divulgado nesta quarta-feira (30), o grupo diz que o mandatário brasileiro “venceu por pouco” o chefe da Casa Branca, Donald Trump, e o líder da Turquia, Recep Erdogan, “graças a seu suposto papel na promoção do crime organizado e da corrupção”.
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“Eleito após o escândalo da Lava Jato como candidato anticorrupção, Bolsonaro se cercou de figuras corruptas, usou propaganda para promover sua agenda populista, minou o sistema de justiça e travou uma guerra destrutiva contra a região da Amazônia que enriqueceu alguns dos piores proprietários de terras do país”, afirma o OCCRP.
‘Rachadinhas’ na família Bolsonaro
O consórcio destaca a denúncia contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, no caso das “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), quando ele era deputado estadual.
Além disso, ressalta as investigações contra o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o filho zero dois do presidente, também por um suposto esquema de repartição de salários de assessores, o dinheiro depositado pelo ex-assessor da família, Fabrício Queiroz e sua esposa, Márcia de Aguiar, na conta bancária da primeira-dama Michelle Bolsonaro e as acusações contra o próprio presidente.
“Gangue do crime organizado”
“A família de Bolsonaro e seu círculo íntimo parecem estar envolvidos em uma conspiração criminosa em andamento e têm sido regularmente acusados de roubar do povo”, diz Drew Sullivan, editor do OCCRP. “Essa é a definição de livro de uma gangue do crime organizado”.
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A publicação cita ainda que o prefeito afastado do Rio, Marcello Crivella, “amigo e aliado” do presidente, foi preso por liderar uma organização criminosa.
Amazônia
O consórcio internacional enfatizou também que as ações do Bolsonaro “não afetam apenas o Brasil”, porque ele “abriu grandes extensões da Amazônia para a exploração por aqueles que já haviam se beneficiado da destruição da região crítica e ameaçada”.
“A destruição contínua da Amazônia está ocorrendo por causa de escolhas políticas corruptas feitas por Bolsonaro. Ele encorajou e alimentou os incêndios devastadores”, afirmou o jurado Rawan Damen, diretor do Arab Reporters for Investigative Journalism.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o líder das Filipinas, Rodrigo Duterte, já venceram a premiação em edições anteriores.
Com informações do Estadão e Ansa