
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta segunda-feira (22) que a imagem do Brasil em relação ao compromisso com o meio ambiente “não está boa” no exterior por causa do que ele chama de ‘desinformação’.
Ignorando dados recentes sobre o assunto, o presidente sublimou as projeções feitas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) há 10 dias, nas quais revela que o desmatamento na Amazônia foi o maior já registrado entre janeiro e maio, desde que o instituto passou a medir a devastação da floresta, em agosto de 2015.
2 mil km²
Ao todo, foram desmatados 2.032 km² em cinco meses. O aumento foi de 34% em comparação com a devastação no mesmo período do ano passado e 49% acima da média histórica, entre os anos de 2016 e 2019.
Em seu discurso, porém, Bolsonaro voltou a dizer que o Brasil é o “país que mais preserva o meio ambiente” no mundo e que muitos países não preservaram “um palmo” de mata ciliar, sem apresentar qualquer dado que confirme essas declarações.
“Nós sabemos que nossa imagem não está boa lá fora por desinformação. E nós, ao lado da verdade, mostraremos ao mundo, o que realmente nós somos e o nosso potencial”, disse Bolsonaro durante o lançamento do canal AgroMais, do grupo Bandeirantes.
“A nossa locomotiva da economia fará eco no mundo e novas fronteiras se abrirão em nosso país. E nós em paz, em harmonia e com bom entendimento entre poderes, e todos focados no bem-estar da nossa população e nos anseios da mesma, temos certeza de que colocaremos o Brasil no lugar de destaque que ele merece”, completou.
Projeções
Além dos dados publicados pelo Inpe, existe uma perspectiva de um número ainda pior ao final do ano. Durante encontro virtual da Frente Parlamentar Ambientalista do Congresso Nacional, especialistas em meio ambiente estimaram que o desmatamento na Amazônia deve chegar a 15 mil km² neste ano, contra os quase 10 mil km² de 2019.
O impacto do desmatamento não é só no meio ambiente. Sete grandes empresas de investimento europeias disseram à Reuters recentemente que desinvestirão em produtores de carne, operadoras de grãos e até em títulos do governo do Brasil se não virem progresso rumo a uma solução para a destruição crescente da Floresta Amazônica.
Com informações do UOL.