
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seu núcleo mais próximo já buscam alternativa para trocar o comando do Ministério da Saúde. O general Eduardo Pazuello, hoje ministro interino, poderia voltar a ser o 02 da pasta, lugar que ocupava ainda na gestão de Nelson Teich. As informações são da coluna da jornalista Mônica Bergamo.
Na lista de razões para a troca estariam a dificuldade de Pazuello de enfrentar a pandemia da covid-19, que já soma 72 mil mortos e quase 2 milhões de casos, e a tensão criada entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e as Forças Armadas.
No sábado (11), o ministro do STF, Gilmar Mendes, disse que a ocupação do Ministério da Saúde por militares associa as forças armadas ao genocídio, referindo-se à ausência de um especialista no comando da área. Pazuello é general e militar da ativa.
A fala provocou reações no Ministério da Defesa e nos comandos do Exército, Marinha e Força Aérea.
Em defesa de Pazuello
Nesta segunda (13), o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e os comandantes das Forças Armadas anunciaram que vão encaminhar uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a fala de Gilmar Mendes.
“Comentários dessa natureza, completamente afastados dos fatos, causam indignação. Trata-se de uma acusação grave, além de infundada, irresponsável e sobretudo leviana. O ataque gratuito a instituições de Estado não fortalece a democracia”, diz a nota da Defesa divulgada.
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, também afirmou que Mendes “forçou a barra” e “ultrapassou o limite de crítica”.
“O ministro Gilmar Mendes não foi feliz. Vou usar uma linguagem do jogo de polo, ele (Gilmar) cruzou a linha da bola. Cruzou a linha da bola ao querer comparar com genocídio o fato das mortes ocorridas no Brasil durante a pandemia, querer atribuir essa culpa ao Exército porque tem um oficial-general do Exército como ministro interino da Saúde (Eduardo Pazuello)”, disse Mourão durante uma videoconferência.