
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez um apelo para que o brasileiro apague a luz e tome banho mais rápido, dois dias após governo anunciar aumento das tarifas em contas de energia e estabelecer a bandeira vermelha 2 para dezembro. A declaração ocorreu na última sexta-feira (4) durante transmissão ao vivo em suas redes socais.
“Eu apago todas as luzes do Palácio ao Alvorada, não tem o porquê. Tenho certeza de que você que está em casa pode apagar uma luz agora. A gente pede que apague uma luz para evitar desperdício, toma banho um pouquinho mais rápido”, disse Bolsonaro.
A afirmação, porém, é no mínimo duvidosa, já que o Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente, é um dos maiores consumidores de quilowatts da capital federal. O terreno de 36 mil metros quadrados, está repleto de iluminações que passam desde a sua lagoa privada até piscina olímpica com churrasqueira e bar particulares.
A Secretaria-Geral da Presidência informou que a média mensal de gasto com energia elétrica, em 2020 (janeiro a novembro) do Palácio da Alvorada foi R$ 16,3 mil inferior à média mensal do gasto contabilizado em 2019.
Já no Palácio do Planalto, em 2020, a média mensal de gasto com energia elétrica foi R$ 22,2 mil menor que 2019. Por mês, a conta de luz do Alvorada oscila entre R$ 75 mil a R$ 80 mil. No Palácio do Planalto, a variação da conta é de R$ 130 mil a R$ 150 mil mensais.
Aumento na conta de luz
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu reativar as bandeiras tarifárias nas contas de luz e estabeleceu patamar vermelho 2 para o mês de dezembro. Esse é o nível com condições ainda mais custosas para geração de energia. A tarifa sofre acréscimo de R$ 6,243 a cada 100 kWh. (quilowatt-hora) consumidos.
Ao pedir que as pessoas não demorem tanto no banho e que apaguem suas luzes, Bolsonaro dá voz aos alertas da agência. Nota técnica emitida na última segunda-feira (30) afirma que: “é importante que os consumidores do País sejam informados sobre o grau de escassez atualmente vivenciado para as condições de oferta de energia elétrica em escala nacional.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.