
Por Plinio Teodoro
Após declarar que idiotas preferem comprar feijão a fuzil, Jair Bolsonaro (Sem partido) rebateu na manhã deste sábado (28) um seguidor que publicou imagem de uma arma em um prato de comida com os dizeres “não alimenta” em comentário de uma postagem do presidente no Facebook.
“Garante a sua liberdade para você trabalhar e se alimentar. Sem ela você poderá depender das migalhas do Estado”, respondeu Bolsonaro, votando a fazer a defesa do armamento da população diante da alta de preços dos alimentos.
Em conversa com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada, na manhã desta sexta-feira (27), Bolsonaro xingou de “idiotas” aqueles que pedem para que o governo resolva o problema da alta no preço dos alimentos e sugeriu que os problemas do Brasil se resolvem com armas.
“Não pode um ou dois caras estragar a democracia no Brasil. Começar a prender na base do canetaço, bloquear redes sociais. E agora o câncer já foi para o TSE. Tem um cara querendo politizar tudo. Tem que colocar um ponto final nisso”, afirmou o presidente, antes de partir para a fala com tom de ameaça e lavando as mãos para a fome que atinge grande parte da população brasileira.
“Tem que todo mundo comprar fuzil, pô. Um povo armado jamais será escravizado. Tem um idiota que diz: cê tem que comprar feijão. Cara, se você não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar”, disparou.
Suplicy diz que Bolsonaro gera violência
Ex-senador e ex-secretário de Direitos Humanos e Cidadania, o vereador Eduardo Suplicy (PT-SP) elucidou nas redes os interesses de Jair Bolsonaro (Sem partido) em sugerir que são idiotas aqueles que optam por comprar feijão em vez de fuzis.
“Comprar fuzis, como afirma o presidente, apenas serve para gerar mais violência e favorecer a indústria de armas”, tuitou Suplicy, lembrando das milhares de pessoas que diariamente são levadas a morar nas ruas devido à “condução desatrosa da política econômica do governo”.
Para Suplicy, “quando Jair Bolsonaro afirma que é ‘idiota’ quem diz que é preciso comprar feijão em vez de fuzil, ele ofende milhões de brasileiras e brasileiros que estão passando fome”.