
Em documento que analisa a situação dos direitos humanos em mais de 100 países, a Human Rights Watch afirma que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tentou “sabotar” os esforços para desacelerar a disseminação da Covid-19. O desmatamento recorde na Amazônia também foi destaque no capítulo sobre o Brasil.
Divulgado nesta quarta-feira (13), o relatório ressalta que o presidente brasileiro minimizou a Covid-19, chamando-a de “gripezinha”, e compartilhou informações incorretas, entre outras violações.
“O governo Bolsonaro promoveu políticas contrárias aos direitos das mulheres e das pessoas com deficiência, enfraqueceu a aplicação da lei ambiental e deu sinal verde às redes criminosas que operam no desmatamento ilegal da Amazônia.”
Além dos desrespeitos à população indígena, que vão além da falta de cuidados durante a pandemia de Covid-19, também é ressaltado o desmatamento ilegal e as mortes que ele provoca na região amazônica. O texto menciona a destruição, entre agosto de 2019 a julho de 2020, de cerca de 11 mil km² da floresta amazônica e o aumento de 16% nos incêndios na região em 2020.
Conforme a ONG, o papel das instituições para conter os “retrocessos” foi essencial. Na apresentação do relatório, a HRW destaca momentos em que as instituições democráticas responderam à política de “antidireitos” de Bolsonaro.
“O Supremo Tribunal Federal (STF) tomou decisões contra as tentativas da administração de Bolsonaro de retirar dos Estados a autoridade de restringir circulação de pessoas para conter a pandemia, de suspender a Lei de Acesso à Informação e de ocultar dados públicas sobre a pandemia”, registra a ONG.
Em nota, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos disse que o “relatório ignora medidas adotadas pelo governo para proteger direitos humanos na pandemia”. Cita ações como um plano de contingências para pessoas vulneráveis e políticas voltadas a povos e comunidades tradicionais.
Com informações do jornal O Estado de S. Paulo
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