
Um casal que prestou depoimento à Polícia Civil como testemunha do assassinato bárbaro, a pauladas, do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, revelou que acionou a Guarda Municipal para tentar salvar o homem, mas foi ignorado pelos agentes.
Segundo reportagem do jornalista Flávio Trindade, de O Globo, o casal tentou ajudar Moïse ao ver os três homens o espancando no quiosque Tropicália, na praia da Barra da Tijuca. Eles afirmaram à polícia que acionaram dois guardas municipais que estavam presentes no local.
Os agentes teriam passado direto e não interviram no assassinato. “A gente falou pra eles do ocorrido, do que estava acontecendo mais a frente e eles falaram que iam ver, só que eles passaram direto”, disse o homem.
O casal, então, voltou ao local para tentar ajudar por conta própria. Os agressores tentaram mantê-los afastado da vítima, mas nas imagens, a mulher aparece tentando reavivar o congolês com uma massagem cardíaca. Já era tarde.
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Dono do quiosque
Mais de oito pessoas já prestaram depoimento à DH (Delegacia de Homicídios da Capital). Um dos ouvidos foi o dono do quiosque, Carlos Fabio da Silva Muzi – que agora teve nome revelado pela Polícia Civil. Ele negou envolvimento no crime e disse que estava em casa no momento da agressão que resultou na morte de Moïse.
Segundo reportagem das jornalistas Lola Ferreira e Marcela Lemos, do Uol, Moïse no momento estaria trabalhando no quiosque Biruta, que divide o mesmo espaço que o Tropicália. O dono do local seria o policial militar Alauir Mattos de Faria, que foi intimado a depor pela Polícia Civil. O PM seria o patrão dos agressores do congolês.
A Prefeitura do Rio interditou os dois quiosques.
Três homens são presos pelo assassinato
Fábio Silva, Alisson Cristiano Alves de Oliveira, de 27 anos, e mais um terceiro que não foi identificado foram presos nesta terça-feira (1) pelas agressões que levaram à morte do congolês Moïse Kabamgabe. Os três presos deverão responder por homicídio duplamente qualificado, impossibilidade de defesa e meio cruel.
Por Lucas Rocha na Revista Fórum