
A Suprema Corte dos EUA rejeitou uma ação judicial de um preso da prisão de Guantanamo, localizada em território ocupado no sudeste de Cuba, sendo que o preso alega ser torturado com frequência há anos. Apesar disso, na quinta-feira (3), a corte norte americana argumentou que a informação é secreta.
A decisão de quinta-feira diz respeito ao caso de Abu Zubaydah, que foi feito prisioneiro em 2002 por suspeita de pertencer à rede Al Qaeda e agora procurou usar dois ex-empreiteiros da Central Intelligence Agency (CIA) como testemunhas de sua tortura em um centro de detenção clandestino na Polônia.
Embora a investigação de Zubaydah seja baseada no que supostamente aconteceu com ele antes de ser levado para Guantánamo em 2006, é uma ilustração das ações da CIA em tais lugares, que são conhecidos como locais negros.
O réu foi submerso, colocado em uma pequena caixa, batido contra as paredes e privado de sono por dias, de acordo com um relatório do Senado que confirmou o uso de tais técnicas em 2014.
Apesar das atrocidades narradas, os juízes dividiram 6-3 e argumentaram para manter a informação em segredo.
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O Tribunal não apoia o terrorismo ou a tortura, mas neste caso temos que responder a uma pergunta limitada sobre a existência ou não de uma prisão da CIA na Polônia e se isto constitui um segredo de Estado.
De acordo com a mais alta corte dos EUA, confirmar publicamente a existência de tal site pode impedir que os serviços de inteligência de outros países cooperem no futuro.
O Ministro Stephen G. Breyer admitiu que a localização do centro clandestino havia sido reconhecida por um tribunal internacional e um ex-presidente da Polônia, mas considerou a confirmação oficial pelo governo dos EUA como um assunto diferente.
Enquanto o Tribunal rejeitou o pedido de Zubaydah de evitar confirmar a existência de um centro de tortura na Polônia, sabe-se publicamente que o enclave militar no leste de Cuba, ocupado contra a vontade do povo e do governo da ilha, é o local dos abusos contra os prisioneiros.