
Por Plinio Teodoro
A pré-candidatura de Jair Bolsonaro (sem partido) para a reeleição está se tornando improvável por uma questão básica: com excessão do PTB, não há mais partidos que queiram abrigar a segunda aventura do atual presidente no Planalto em 2018.
Sem conseguir reunir as assinaturas necessárias para viabilizar o seu Aliança pelo Brasil, Bolsonaro vê uma porta atrás de outra se fechar até mesmo em partidos comprados com o orçamento secreto no Congresso – e cargos no Planalto.
Somente nesta semana, o DEM não aceitou nem ao menos colocar em discussão a proposta de Onyx Lorenzoni, ministro do Trabalho e Previdência, de filiar o presidente em pauta.
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Em fusão com o PSL, o partido de ACM Neto sonha com uma candidatura de oposição, possivelmente do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, na disputa presidencial em 2022.
Outra negativa partiu de um partido que abrigou Bolsonaro por mais de década e é o principal fiador das propostas governistas no Congresso.
Segundo Guilherme Amado, no site Metrópoles, Ciro Nogueira tem dito a interlocutores que não quer mais filiar Bolsonaro novamente ao PP.
Presidente da sigla, Nogueira foi alçado ao Ministério da Casa Civil após reajustar o preço pela fidelidade do PP às propostas governistas.
Com a negativa, resta a Bolsonaro embarcar no PTB, de Roberto Jefferson, que está preso em Bangu 8 no aguardo de providências do presidente para voltar às ruas.
Para se filiar ao PTB, Bolsonaro exige definir candidatos ao Senado
Por meio do filho, Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), Bolsonaro determinou uma de suas condições para se filiar ao PTB, de Roberto Jefferson: escolher os candidatos ao Senado do partido em todas os estados.
Segundo Guilherme Amado, no site Metrópoles, Flávio levou o recado do pai a Otávio Fakhoury, presidente do PTB em São Paulo, na última segunda-feira (20), quando a sigla oficializou o convite a Bolsonaro para filiação. Com Roberto Jefferson preso, Fakhoury teria dado o aval à exigência.
Segundo o jornalista, “Bolsonaro poderia indicar até ex-ministros para disputar o Senado, como Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente, Ernesto Araújo, ex-chanceler, e Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação.
Em carta divulgada neste sábado (25), Roberto Jefferson volta a atacar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e faz ameaças para tentar amenizar uma disputa internado no PTB.
“Vejo numa rebelião doméstica pelo poder dentro do PTB. Há um pequeno grupo, que identifico, vozes mexicanas, paulistanas e alagoanas, tentando desestabilizar a Graci visando o meu lugar”, relata, referindo-se à presidenta em exercício do partido Graciela Nievov.
“Preparei a Graciela Nievov desde de sua meninice para me substituir. Ela galgou desde a base, nos movimentos, jovens e da mulher as posições da hierarquia partidária. Ela é cristã, honrada, correta, leal e comprometida com o nosso ideário. Ela está pronta para maiores desafios. Saibam: Brigou com a Graci brigou comigo”, ameaçou Jefferson aos membros do partido que comanda com mão de ferro.