
Doenças respiratórias já são a principal causa de morte entre as populações nativas brasileiras, transformando-os em grupo de risco para o coronavírus.
Segundo à BBC News Brasil, as comunidades indígenas estão enfrentando problemas para combater a pandemia do novo coronavírus. Além de doenças respiratórias serem comuns entre a população, há preocupação quanto ao abastecimento de alimentos.
Muitas comunidades indígenas que compram alimentos em cidades e dependem de programas sociais como o Bolsa Família, mas estão sendo orientadas a evitar os deslocamentos para impedir o contágio.
O portal aponta que, apesar da gravidade do cenário, associações indígenas e entidades que os apoiam afirmam que órgãos federais não têm adotado providências para proteger as comunidades.
Há um risco incrível de o vírus se alastrar pelas comunidades e provocar um genocídio, diz a médica sanitarista Sofia Mendonça, pesquisadora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Métodos usados em áreas urbanas para reduzir o contágio – como higienizar as mãos com álcool gel – são impráticaveis em muitas aldeias.
Em 2018, segundo o Ministério da Saúde, doenças infecciosas e parasitárias – tipos de enfermidades considerados evitáveis – foram responsáveis por 7,2% das mortes ocorridas entre indígenas, ante uma média nacional de 4,5%.
Entre crianças indígenas com menos de um ano, doenças respiratórias foram responsáveis por 22,6% das mortes registradas em 2019, índice só inferior ao de mortes causadas por problemas no período perinatal (24,5%).