
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o presidente da Belarus, Alexander Lukashenko, concordaram que é necessário diálogo para enfrentar a crise migratória na fronteira polonesa-bielorussa. Eles conversaram nesta quarta-feira (17).
Segunda a agência de notícias de Belarus Belta, após discutir a situação dos migrantes, as “partes chegaram a um certo entendimento de como agir e avançar na solução dos problemas existentes”.
Os líderes concordaram que tanto Belarus como União Europeia “designarão funcionários que entrarão imediatamente em negociações para resolver os problemas existentes”. A questão dos imigrantes que querem seguir para a Alemanha também será abordado. As informações são do Opera Mundi.
Merkel também comunicou ao presidente o pedido da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, de envolver no processo as organizações internacionais que lidam com os problemas dos refugiados e migrantes.
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O porta-voz de Merkel, Steffen Seibert, disse que, durante a ligação, a chanceler enfatizou a necessidade de ajuda humanitária e facilidades de repatriação a serem organizadas pela Nações Unidas (ONU) e pela UE para ajudar as pessoas afetadas.
Lukashenko e Merkel tiveram a primeira conversa telefônica na noite de segunda-feira (15). No dia seguinte, Lukashenko afirmou à imprensa que ambos chegaram a um consenso.
“Não podemos permitir que as coisas se transformem em confrontos acalorados, não importa o quanto alguém queira”, disse.
Ele voltou a afirmar, na ocasião, que “não fomos nós que convidamos os refugiados para cá”, como acusa a Polônia. “Eles não sabem que até hoje mandamos de volta cerca de 5 mil pessoas no outono”.
Para o porta-voz do governo polonês, Piotr Muller, a ligação no início desta semana entre os líderes bielorrussos e alemães “não foi um bom passo” e parecia ser “uma aceitação de sua escolha”, referindo-se a Lukashenko.
Na terça-feira (16), a tensão na fronteira entre os países aumentou após forças polonesas dispararam gás lacrimogêneo e jatos de água contra os migrantes que tentavam cruzar a fronteira para a Polônia, enquanto estes atiravam pedras contra os agentes.