
O desemprego no Brasil ficou em 14,2% no trimestre encerrado em janeiro. O número de pessoas desempregadas atingiu 14,3 milhões, contra 11,9 milhões de pessoas há um ano. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da maior taxa da série histórica já registrada para o período.
A divulgação dos números pelo IBGE em março já mostrava os impactos negativos da pandemia de Covid-19 em meio à omissão do governo Jair Bolsonaro (sem partido) que levou 20 estados brasileiros a registrarem recorde da taxa média de desemprego em 2020. No início de março, as estatística confirmaram que mulheres e negros foram mais penalizados pela crise no mercado de trabalho.
Desemprego atinge 2,4 milhões de pessoas a mais
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). De acordo com o IBGE, no levantamento anterior referente ao trimestre encerrado em dezembro, a taxa de desemprego estava em 13,9%, com 13,9 milhões de desempregados. Segundo o instituto, mais 2,4 milhões de pessoas ficaram desocupadas, uma alta de 19,8% em comparação ao igual trimestre do ano anterior, que registrou 11,9 milhões de pessoas desocupadas.
População ocupada aumentou, diz IBGE
A população ocupada (86,0 milhões de pessoas) teve aumento de 2,0% (1,7 milhão de pessoas a mais) em relação ao trimestre anterior e redução de 8,6% frente ao mesmo trimestre do ano anterior (8,1 milhões de pessoas a menos). Já o nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar) chegou a 48,7%, subindo 0,7 ponto percentual frente ao trimestre anterior (48,0%) e recuando 6,1 p.p. em relação a igual trimestre do ano anterior (54,8%).
A taxa composta de subutilização (29,0%) caiu 0,5 p.p. frente ao trimestre de agosto a outubro de 2020 (29,5%) e subiu 5,9 p.p. frente ao mesmo trimestre de 2020 (23,2%). A população subutilizada (32,4 milhões de pessoas) ficou estável frente ao trimestre anterior e cresceu 22,7% (mais 6,0 milhões de pessoas) em relação a igual trimestre de 2020. A população fora da força de trabalho (76,4 milhões de pessoas) caiu 1,1% (817 mil pessoas) ante o trimestre anterior e cresceu 16,2% (10,6 milhões de pessoas) frente a igual trimestre de 2020.
População desalentada ficou estável
A população desalentada, que desistiu de procurar emprego, (5,9 milhões de pessoas) ficou estável em relação ao trimestre anterior e 25,6% acima do observado no mesmo período de 2020. O percentual de desalentados na força de trabalho ou desalentada (5,6%) ficou estável frente ao trimestre móvel anterior e subiu 1,3 p.p. ante o mesmo período de 2020 (4,2%).
O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (exceto trabalhadores domésticos) foi de 29,8 milhões de pessoas, com estabilidade frente ao trimestre anterior e queda de 11,6% frente ao mesmo período de 2020. Já a quantidade de empregados sem carteira assinada no setor privado (9,8 milhões de pessoas) subiu 3,6% em relação ao trimestre anterior (mais 339 mil pessoas) e caiu 16,0% (menos 1,9 milhão de pessoas) frente a igual trimestre de 2020.
O número de trabalhadores por conta própria subiu para 23,5 milhões, alta de 4,7% frente ao trimestre anterior (mais 1,0 milhão de pessoas) e queda de 4,4%% ante o mesmo período de 2020 (menos 1,1 milhão de pessoas).A categoria dos trabalhadores domésticos (4,9 milhões de pessoas) cresceu 4,5% frente ao trimestre anterior mas ficou 21,4% abaixo (-1,3 milhão de pessoas) do contingente do mesmo trimestre de novembro de 2019 a janeiro de 2020. A taxa de informalidade também cresceu e foi de 39,7% da população ocupada, ou 34,1 milhões de trabalhadores informais. No trimestre anterior, a taxa havia sido 38,8% e no mesmo trimestre de 2020, 40,7%.
O rendimento real habitual (R$ 2.521) subiu 2,9% frente ao trimestre móvel anterior e ficou estável em relação ao mesmo trimestre de 2020. Já a massa de rendimento real habitual (R$ 211,4 bilhões) ficou estável ante o trimestre móvel de agosto a outubro de 2020 e caiu 6,9% frente ao mesmo trimestre de 2020 (menos R$ 15,7 bilhões).
O número de empregadores (3,9 milhões de pessoas) apresentou estabilidade em relação ao trimestre anterior. Em relação ao mesmo trimestre de 2020, houve uma redução de 12,4% (menos 548 mil pessoas).Já o grupo dos empregados no setor público (12,0 milhões de pessoas), que inclui servidores estatutários e militares, apresentou estabilidade frente ao trimestre anterior e elevação de 4,5%, (514 mil pessoas a mais) frente ao mesmo período do ano anterior.
O número de subocupados por insuficiência de horas trabalhadas (6,8 milhões de pessoas) cresceu 5,3% em relação ao trimestre anterior (341 mil pessoas a mais) e ficou estável frente ao mesmo trimestre de 2020.
Quanto ao rendimento médio real habitual, não houve aumentos frente ao trimestre anterior, mas houve redução na Indústria (-6,5%, ou R$ 176 a menos). Já na comparação com o trimestre de novembro de 2019 a janeiro de 2020 foi observado aumento na categoria de Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (4,1%, ou R$ 149 a mais) e redução nos seguintes grupamentos: Transporte, armazenagem e correio (-8,5%, ou menos R$ 202) Alojamento e alimentação (-7,2%, ou menos R$ 112) e Serviços domésticos (-3,7%, ou menos R$ 35).
Entre as categorias de ocupação, frente ao trimestre anterior, não houve aumento no rendimento médio real habitual, com redução entre os Empregadores (-9,8%, ou menos R$ 662). Frente ao mesmo trimestre de 2020, nenhuma categoria de emprego teve variações significativas.
Com informações do IBGE