Neste ano, o público terá a opção de assistir a palestras, discussões e apresentações online durante todo o domingo (28)

Os organizadores da Parada do Orgulho LGBTQIA+ de Brasília decidiram celebrar a diversidade no próximo domingo (28) em uma ação na internet, com apresentações artísticas, culturais e educativas. A medida se deve as adaptações às exigências sanitárias impostas pela pandemia do novo coronavírus.
Em 23 anos, esta é a primeira vez que a Parada de Brasília não irá para a rua. “A Parada é o maior atos de direitos humanos da história do Brasil e, mesmo no ambiente virtual, estamos otimistas para o evento. Neste ano, nosso tema é “Orgulho-20 – somos maiores”, a ideia é dizer que somos maiores do que a pandemia, do que a discriminação e do que o preconceito”, explica o co-coordenador do Brasília Orgulho, grupo que organiza a Parada do Orgulho LGBTS de Brasília, Welton Trindade.
Desta vez, o público terá a opção de assistir a palestras, discussões e apresentações online durante todo o domingo. Além da programação na web, será lançada uma loja virtual de itens estampados com o arco-íris de seis cores, o símbolo do movimento LGBTQIA.
“Fazer a Parada na internet foi a solução que encontramos nos tempos de pandemia. A proposta é de que, mesmo que não possamos estar na rua, o sentimento de orgulho não se enfraqueça”, frisa Trindade.
Welton ressalta que a Parada de Brasília é simbólica por desfilar em frente ao Congresso Nacional, palco de debates importantes para o Brasil. Para ele, por mais que seja um movimento que acontece no DF, existe a responsabilidade de representar a comunidade LGBTQIA de todo o país.
“Por isso que precisamos que esse evento se mantenha, porque temos que continuar mandando essa mensagem de diversidade aos políticos”, diz.
Igualdade
Apesar dos avanços importantes recentes, como a criminalização da LGBTfobia, em 2019, o co-fundador do Coletivo Distrito Drag, o artista Diego Lago diz que ainda há muito o que progredir para que os direitos conquistados por gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros e demais minorias sejam plenamente respeitados.
“De fato, tivemos muitas conquistas, principalmente nas questões legislativas, mas o Brasil ainda é o país que mais mata LGBTQIA , então é preciso que a gente continue se manifestando, mostrando para as pessoas que merecemos respeito”, argumenta.
No Brasil, um levantamento feito pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), em 2018, mostrou que, a cada 20 horas, um LGBTQIA é assassinado ou comete suicídio vítima da LGBTfobia. Por aqui, de acordo com o estudo, os homossexuais sofrem mais violência do que nos 13 países do Oriente Médio e África, onde há pena de morte para pessoas que se declaram LGBTQIA .
É para combater esse tipo de abuso que as ações de amanhã são focadas na visibilidade, na promoção e na defesa dos direitos da população LGBTQIA .
“É uma forma de mostrar que devemos, sim, ocupar espaços com o nosso amor, com as nossas cores e nossa forma de amar. Nós sabemos que, para alcançar uma sociedade mais igualitária, nós precisamos conscientizar as pessoas, e a Parada é uma maneira de fazer isso”, defende Diego Lago, que interpreta a drag Mary Gambiarra.
Com informações do Correio Braziliense.