
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), anunciou nesta terça-feira (8) que ingressou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para que os estados possam comprar vacinas contra a Covid-19 diretamente dos fabricantes.
A ação judicial solicita, ainda, que as aquisições não dependam da validação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O objetivo, segundo o governador, é liberar a aquisição de imunizantes que tenham autorização de agências sanitárias internacionais.
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“Ingressei ontem com ação judicial no Supremo. Objetivo é que estados possam adquirir diretamente vacinas contra o coronavírus autorizadas por agências sanitárias dos Estados Unidos, União Europeia, Japão e China. Com isso, estados poderão atuar, se governo fede não quiser”, publicou Dino no Twitter.
Em entrevista ao Metrópoles, Dino também afirmou nesta terça que a medida pretende fazer com que “os estados possam entrar em cena”.
“Não no sentido de sabotar o governo federal, mas de ter uma ação complementar à do governo federal, exatamente porque a situação é dramática. Nós estamos falando de 180 mil vidas, no mínimo, que foram perdidas. Estamos no limiar da chamada segunda onda. Então, é preciso ter senso de urgência e, por isso, essa providência junto ao Supremo”, disse.
Coronavac
Até agora nove estados e pelo menos quatro capitais já manifestaram interesse em aplicar a Coronavac, vacina que está sendo desenvolvida em parceria entre o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, e a farmacêutica chinesa Sinovac. A data definida para o início da vacinação em São Paulo é 25 de janeiro de 2021.
Entre os estados que procuraram o governador João Doria pra acertar a compra e aplicação da Coronavac, estão o Maranhão, Bahia e o Ceará. Paraíba e Rio Grande do Sul também estão na lista de interessados pela Coronavac. A lista inclui também Acre, Pernambuco, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul.
Críticas à postura de Bolsonaro
A solicitação ao STF ocorre em meio a mais um embate com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em declarações recentes, o mandatário afirmou que só comprará vacinas aprovadas pela Agência.
Considerado um dos principais opositores políticos do presidente, Dino aproveitou o momento também para criticar a postura do ex-capitão, que encerrou a segunda-feira em uma exposição das roupas que utilizou na cerimônia de posse.
“Certamente a exposição de um terno e um vestido, de interesse puramente pessoal, não pode figurar entre as prioridades do presidente da República em hora tão difícil para o Brasil. Mesmo com a proliferação de absurdos, não podemos deixar de nos espantar e indignar”, declarou Dino.
Recentemente o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), se envolveu em uma polêmica porque disse que podia aplicar a vacina contra Covid-19 mesmo sem a liberação da Anvisa. Depois da agência criticar a afirmação do tucano, ele tentou se explicar no Twitter e disse que aprovações de agências internacionais apenas validam a segurança e a eficácia da CoronaVac, mas não reafirmou que elas liberam a aplicação.
Com informações do Uol e Metrópoles