
Por Lucas Vasques
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF) e, também, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), voltou a criticar o posicionamento de Jair Bolsonaro, apesar de não citá-lo nominalmente. O presidente da República insiste em desqualificar o uso das urnas eletrônicas.
Barroso afirmou, nesta quarta-feira (4), que os ataques ao sistema eleitoral são “vertentes do autoritarismo contemporâneo”, de acordo com informações do UOL.
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Bolsonaro tem, quase diariamente, desferido acusações sem provas sobre fraudes nas eleições. Tem sugerido, ainda, que o sistema eleitoral é inseguro, além de defender a volta do voto impresso.
Barroso defende alternância de poder
O presidente do TSE mencionou que a alternância do poder é “a grande característica da democracia”.
“Isso é democracia. Uma das vertentes do autoritarismo contemporâneo é o discurso de ‘se eu perder, houve fraude’. É a inaceitação do outro, de que alguém diferente de mim possa ganhar as eleições”, declarou Barroso, durante evento do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ).
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Bolsonaro tem, constantemente, direcionado suas “armas” contra o presidente Barroso. Nesta quarta, ele afirmou que a anulação das condenações do ex-presidente Lula (PT) aconteceu para eleger o ex-presidente “dentro de uma sala escura do TSE”.
TSE pediu investigação sobre mentiras de Bolsonaro
O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou duas medidas decorrentes dos ataques proferidos pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), ao sistema eleitoral, na sessão da última segunda-feira (2).
Por unanimidade, os ministros decidiram enviar ao STF notícia-crime contra Bolsonaro por divulgação de fake news. Além disso, também aprovaram a abertura de inquérito administrativo para apurar denúncias de fraude no sistema eletrônico de votação.
O líder da Oposição na Câmara dos Deputados, Alessandro Molon (PSB-RJ), defendeu que as investigações se voltem à apuração da origem do financiamento do disparo de fake news contestando a lisura do processo eleitoral no Brasil, citando possível vinculação do “gabinete do ódio” do Planalto aos atos de desinformação.
O líder da Minoria na Câmara, Marcelo Freixo (PSB-RJ), também foi às redes sociais para defender as urnas eletrônicas e elogiar o processo eleitoral brasileiro, considerado um dos mais seguros do mundo, além de pedir mobilização social contra o retrocesso.