O ato realizado nesse domingo em Brasília pode entrar no inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF), que investiga quem está por trás da organização de manifestações antidemocráticas.

O presidente Jair Bolsonaro se encontrou nesse domingo (3) com manifestantes que haviam feito uma carreata na Esplanada dos Ministério contra o isolamento social. Além de defender o presidente, os manifestantes fizeram críticas ao Supremo, ao Congresso e ao ex-ministro Sergio Moro.
Do alto da rampa do Palácio do Planalto, Bolsonaro declarou que não vai mais “admitir interferência” em seus atos no governo.
“Nós queremos o melhor para o nosso país. Queremos a independência verdadeira dos três Poderes, e não apenas uma letra da Constituição, não queremos isso. Chega de interferência. Não vamos admitir mais interferência. Acabou a paciência.”, disse o presidente.
Além disso, Bolsonaro afirmou ter o apoio das Forças Armadas, sem detalhar a que se referia:
“Como tenho dito, o Poder Executivo está unido. Um só propósito: tirar o Brasil de onde se encontra. Vocês sabem que o povo está conosco. As Forças Armadas, ao lado da lei, da ordem, da democracia, da liberdade e da verdade, também estão ao nosso lado. Deus acima de tudo. Quanto aos algozes, peço a Deus que não tenhamos problema esta semana, porque chegamos no limite. Não tem mais conversa.”
A participação do presidente em atos antidemocráticos já está sendo investigada pelo STF a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras. Desde o início da pandemia, Bolsonaro já participou de três manifestações que apoiavam o fim do Congresso e o Supremo.
Em nota, o procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que deve se reunir hoje com procuradores de sua equipe para “analisar os fatos” e definir eventuais providências.