
Por Lucas Rocha
O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, entrou em cena nesta sexta-feira (10) para tentar conter uma possível debandada de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro após o recuo nos ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF). O chefe do GSI se juntou ao senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e à deputada Carla Zambelli (PSL-SP) na missão.
Em vídeo, o ministro reconhece o descontentamento de bolsonaristas com o recuo de Bolsonaro e usa a esquerda para tentar manter os ultraconservadores unidos. “Não podemos desistir do Brasil. Alguns fatos deixaram muitos de nós desanimados. Isso não pode acontecer. A esquerda, apesar de sua passagem desastrosa pelo poder, segue unida e querendo voltar. Ela sofreu também um duro revés, porque descobriu que o presidente Bolsonaro não tinha qualquer intenção de dar o golpe”, alega o general na gravação.
Segundo Heleno, a esquerda “sofreu um duro revés” esta semana porque “descobriu que Bolsonaro não tinha qualquer intenção de dar o golpe”.
O ministro disse ainda que já discordou de Bolsonaro algumas vezes, mas que viu que o presidente “tinha razão” e pediu que os apoiadores sigam “unidos e confiantes”.
O “núcleo duro” do bolsonarismo se mobilizou nesta sexta-feira para conter danos. Flávio Bolsonaro postou uma foto do pai com a frase “confiem no capitão!”. Carla Zambelli chegou a admitir que ficou frustrada, mas pediu “confiança” no presidente.
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Horas após a divulgação da nota de “pacificação” em que recuou dos ataques ao STF, Bolsonaro iniciou sua tradicional live de quinta-feira e sentiu a pressão. Os bolsonaristas que antes bombardeavam a transmissão com comentários de “mito” e “eu autorizo” passaram a expressar sua indignação com a carta, elaborada por Michel Temer. Os comentários que mais dominaram a transmissão foram “arregou”, “amarelou” e “perdeu meu voto”.