
Um grupo chamado Revolução Periférica afirmou ter sido o autor do fogo ateado contra a estátua do bandeirante Borba Gato, em Santo Amaro, São Paulo, no início da tarde deste sábado (24). Borba Gato fez fortuna, na segunda metade do século 18, ao caçar indígenas pelos sertões do país para escravizá-los.
O monumento, assinado pelo escultor Júlio Guerra, é alvo frequente de críticas de grupos que defendem a retiradas de homenagens que exaltam pessoas ligadas à escravidão, à colônia e à ditadura. Não registros de feridos ou detidos.
No ano passado, a ameaça de uma possível derrubada da estátua, que possui cerca de 13 metros de altura com o pedestal, fez com que a subprefeitura de Santo Amaro solicitasse a instalação de gradis ao redor do bandeirante, além de o monumento ter sido vigiado 24 horas por dia pela Guarda Civil Metropolitana durante o período.
Em 2020, crânios foram colocados ao lado de monumentos de bandeirantes para ressignificar história de São Paulo. Bandeirantes como Borba Gato desbravaram territórios no interior do país e capturaram e escravizaram indígenas e negros. Isso quando não os matavam em confrontos que acabaram por dizimar etnias, segundo historiadores. Também estupraram e traficaram mulheres indígenas, além de roubar minas de metais preciosos nos arredores das aldeias, conforme o livro “Vida e Morte do Bandeirante”, de Alcântara Machado.
Retirada da estátua é demanda antiga
O debate em torno da retirada de monumentos em São Paulo é antigo, mas se intensificou na esteira dos protestos contra o racismo que ocorreram em junho de 2020, após a morte do americano George Floyd.
Cidades pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido retiraram estátuas que faziam homenagens a pessoas ligadas à escravidão e outros temas sensíveis para os países. Nomes de ruas, prédios e bares foram alterados.
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Com informações da Folha de S. Paulo, G1 e Brasil 247