
A pesquisa Cloro Covid-19, conduzida em Manaus sobre o uso da cloroquina em pacientes de Covid-19, virou alvo da ira de seguidores do presidente Jair Bolsonaro.
Feita com 81 pacientes em estado grave internados em Manaus, tem o envolvimento de 70 pessoas de instituições como Fundação de Medicina Tropical (FMT), de Manaus, a Fiocruz, a USP e a Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
Com o objetivo de verificar a ação da cloroquina, o estudo dividiu os pacientes em dois grupos, um que recebia a dosagem mais baixa, adotada em um hospital dos EUA, e outro que recebeu dose mais alta, adotada na China.
Os primeiros resultados foram divulgados no dia 6 de abril, em entrevista coletiva online com um infectologista da FMT e governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC). E apontaram que a dose mais alta do medicamento “pode, sim, dar arritmias graves e levar à morte”.
Segundo à Folha, a pesquisa suspendeu a dose mais alta no mesmo dia. Em artigo publicado em inglês no site MedRxiv, os pesquisadores apontam que pacientes com a Covid-19 não deveriam tomar a dose usada na China, devido à toxicidade.
O estudo ganhou a atenção dos seguidores do Bolsonaro após o jornal norte-americano The New York Times fazer uma reportagem a respeito. Por meio das redes sociais, os pesquisadores passaram a receber ameaças de morte.
No Facebook de um dos pesquisadores, perfis falsos escreveram: “Filho da puta maldito. Deve ser espancado quando pisar na rua!!” e “Assassino comunista fdp”.
A polícia do Amazonas informou que já está investigando as ameaças.
Informações Folha de S. Paulo