
Nesta quarta-feira (22), o governo dos Estados Unidos deu 72 horas para que a China feche seu Consulado em Houston, no Texas. O prazo expira na próxima sexta-feira (24).
As razões para essa ordem abrupta, de grande peso diplomático, ainda não são claras: o Departamento de Estado indicou que, com a medida, procura “proteger a propriedade intelectual americana e as informações privadas dos americanos”, sem oferecer mais detalhes.
A medida ocorre horas depois de uma acusação lançada pelo Departamento de Justiça dos EUA contra dois cidadãos chineses por supostamente hackearem empreiteiros do setor de Defesa — empresas contratadas pelo governo — e pesquisadores de uma vacina para o novo coronavírus. O Ministério das Relações Exteriores da China, em tom particularmente severo, prometeu “a retaliação necessária” se o governo de Donald Trump não decidir recuar no fechamento do consulado.
Leia também: Trump muda discurso e diz que usar máscara é “patriótico”
Além da vaga alusão à proteção à propriedade intelectual, a porta-voz do Departamento de Estado Morgan Ortagus sublinhou durante uma visita do secretário de Estado, Mike Pompeo, a Copenhague que “a Convenção de Viena diz que os diplomatas devem respeitar as leis e regras do país anfitrião e têm o dever de não interferir nos assuntos internos desse Estado ”.
A ordem de fechamento não é a primeira que os Estados Unidos impõem a outro país — em 2017, o país ordenou o fechamento do consulado russo em San Francisco, em retaliação a restrições no número de diplomatas em Moscou —, mas é a primeira contra a China.
O consulado de Houston também tem o simbolismo de ser o primeiro que foi inaugurado quando os dois países restabelecerem relações diplomáticas plenas, em 1979. Ele atende 900 mil chineses residentes no sudeste dos Estados Unidos.
Com informações de O Globo