
O líder da Minoria na Câmara, deputado Marcelo Freixo, solicitou a convocação do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno. O motivo são as acusações de que ele teria incentivado manifestações antidemocráticas que pediam, entre outras coisas, o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF).
Em entrevista à IstoÉ, no final de semana, a ex-bolsonarista Sara Winter, que foi presa após liderar o chamado “acampamento dos 300”, afirmou que a milícia virtual bolsonarista que deixou as redes para se instalar na Praça dos Três Poderes em Brasília obedecia ordens diretas de Jair Bolsonaro (Sem partido) e recebeu de Augusto Heleno, a missão de mirar o STF.
Winter foi presa pela Polícia Federal depois do disparo de fogos de artifício contra o prédio da Corte por membros do grupo liderado por ela.
Na entrevista, Winter afirma que o general Heleno a chamou até o Palácio para dar orientações.
“Ele pediu para deixar de bater na imprensa e no Maia e redirecionar todos os esforços contra o STF”, disse ela. A influência do presidente Bolsonaro sobre o grupo era direta. Durante o acampamento foi combinado que o presidente não podia ser o “protagonista para não sofrer represálias”.
Leia também: Democracia está ‘em declínio’ no Brasil, afirma estudo internacional
A ex-bolsonarista diz que os parlamentares Daniel Silveira (PTB-RJ), Carla Zambelli (PSL-SP), Sargento Fahur (PSL-PR) e Bia Kicis (PSL-DF) foram muito presentes na organização, além do ministro-chefe do Gabinete de Segurança, general Augusto Heleno.
Augusto Heleno e Bia Kicis foram às redes sociais para tentar desmentir as denúncias e negaram envolvimento.
Desiludida com o presidente, a militante se diz arrependida de ter feito o acampamento: “Não tem mais como defender Bolsonaro. Mas se ele pedir para os bolsonaristas comerem merda, as pessoas vão comer”. Sara se diz indignada com a censura dentro do bolsonarismo.
“Rachadinhas e milícias são tipos de assuntos proibidos”, afirma.