
Com a proximidade do fim do governo de Jair Bolsonaro (PL), o mandatário provou, em diversos momentos, ter realizado uma das piores gestões da história brasileira. Após desmontes orçamentários, escândalos de corrupção e inflação nas alturas, Bolsonaro se despede do Planalto deixando sua “herança maldita”: um país quebrado e polarizado.
Dando indícios que irá abandonar seus apoiadores ferrenhos, o futuro ex-presidente se recusar a contestar os diagnóticos da gestão desastrosa da extrema direita. E se o caráter de Bolsonaro o fez “arregar” de fazer uma comparação franca entre as gestões, o Socialismo Criativo relembra.
Confira abaixo as 5 principais diferenças entre os governos anteriores de Lula e Bolsonaro:
Combate à fome
Observe o gráfico abaixo: em azul temos a a porcentagem de brasileiros em segurança alimentar, ou seja, que certamente farão as três refeições todos os dias. Em amarelo, está a taxa de brasileiros que não têm segurança alimentar ou passam fome.
Com Lula, crescia o número de brasileiros que comiam e diminuía os que tinham falta de comida. Tanto que, quatro anos depois de Lula deixar a Presidência, a ONU declarou que o Brasil estava fora do Mapa da Fome.
Com Bolsonaro, a situação se inverteu. O preço da comida não para de subir, e, pela primeira vez, quase 60% dos brasileiros estão em insegurança alimentar.
Geração de emprego
Durante o governo Lula, o total de trabalhadores com carteira assinada não parou de subir, saltando de 28,6 milhões em 2002 para 44 milhões em 2010. Ou seja, o petista criou, em oito anos, mais de 15 milhões de vagas com carteira assinada.
Dilma elevou o total para mais de 49 milhões, em 2014. Depois da ex-presidente, contudo, o gráfico se torna praticamente uma linha reta. Ou seja, parou-se de criar emprego no Brasil como Lula fazia e Bolsonaro só deu continuidade a esse resultado desastroso.
Valorização do salário mínimo
Bolsa Família, apoio à agricultura familiar, controle do preço dos combustíveis. Tudo isso foi importante para o Brasil acabar com a fome. Mas, sem dúvida, a medida que mais contribuiu para isso foi a política de valorização do salário mínimo.
Com Lula, o salário mínimo teve aumento real, ou seja, subiu acima da inflação, todos os anos (barras amarelas no gráfico abaixo). Com Dilma, fez o mesmo (barras azuis). Em 13 anos, foram mais de 74% de valorização. Com isso, os trabalhadores e os aposentados tinham sempre mais dinheiro para fazer as compras do supermercado.
Temer (barras verdes) acabou com a política de valorização. Entretanto, Bolsonaro (barras roxas) não deu aumento real do mínimo um ano sequer. E no orçamento de 2023 que mandou para o Congresso, previu um aumento de apenas 6,76%, abaixo da previsão mais atual de inflação final de 2022 divulgada pelo Banco Central com base em análises de bancos: 7,11%.
Preço do gás de cozinha
Nos oito anos do governo Lula, o preço do botijão de gás não aumentou nem R$ 10 (barras azuis no gráfico abaixo).
Bolsonaro, ao invés de exercer sua autoridade de presidente, prefere dizer que não pode fazer nada. Resultado: pela primeira vez, os brasileiros pagaram mais de R$ 100 pelo gás de cozinha (barras roxas).
Inflação
Quando Lula assumiu o governo, ele herdou uma inflação de mais de 12% de Fernando Henrique Cardoso (FHC). Contudo, quando ele deixou a Presidência, em 2010, a inflação estava menos que a metade.
Já Bolsonaro herdou de Temer uma inflação de 3,75%. E só fez aumentá-la, até que os preços explodissem em 2021, com a inflação passando de 10%. Hoje, o acumulado nos últimos 12 meses está em 8,73%. Sem falar que, em 2022, a inflação dos alimentos está o dobro da inflação geral.