
Depois de reafirmar nesta terça-feira (17), à Rádio Tupi, que o país vive uma “histeria” em relação à crise do coronavírus e de anunciar que fará uma “festinha tradicional” para celebrar seus 65 anos no próximo sábado, Jair Bolsonaro conseguiu atrair para si mais uma enxurrada de críticas de congressistas.
No dia em que o país anunciou o primeiro óbito oficial em decorrência do vírus, o Congresso não poupou na censura ao presidente. À noite, Bolsonaro voltou a levantar a bandeira da paz, enviando ao Parlamento um pedido para o reconhecimento de Estado de Calamidade Pública no país.
Talíria Petrone, deputada federal eleita pelo PSOL do Rio de Janeiro, estado que já contabiliza 33 casos de pacientes infectados e mais de 800 suspeitos, de acordo com os dados desta tarde do Ministério da Saúde, acusou o mandatário de irresponsabilidade com a vida da população.
“Bolsonaro volta a dizer que é “histeria” o que vivemos na crise do coronavírus e ainda diz que vai fazer “festinha” pelo seu aniversário. Ele não cansa de ser irresponsável com a saúde dos brasileiros. Lembrem-se disso: Bolsonaro é um covarde”, afirmou.
“Mais de 300 casos, uma morte decorrente do coronavírus. E o que diz, Jair Bolsonaro? Que há uma histeria. O caso já é de internação. Sim, internação do presidente que segue dando sinais de graves transtornos mentais, de psicopatia”, criticou o vice-líder do PCdoB, deputado Márcio Jerry (MA).
Fanfarrão
“Alucinado” foi a palavra escolhida pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR) para traçar o diagnóstico de Bolsonaro. “O mundo preocupado com a pandemia do coronavírus, vários presidentes apertando as restrições de circulação e atuando para atender a população e o que Bolsonaro faz? Pouco caso. Para nossa tristeza esse é o chefe da nação brasileira. Um fanfarrão irresponsável e quase um alucinado”, definiu.
Representante do PSB-PE, João Campos afirmou que o comportamento não passa de desleixo.
“Presidente segue negligenciando toda e qualquer informação sobre o #COVID19. Ele ignora a ciência, os jornalistas, os parlamentares, seu próprio ministro da saúde. Ninguém está certo e tudo é histeria”.
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Helder Salomão (PT-ES) pediu o imediato afastamento do presidente. “Infelizmente o Brasil registra a primeira morte pelo coronavírus. E o que o presidente faz? Fala em ‘certa histeria’ e diz que dará ‘festinha’ de aniversário. Pede pra sair, Bolsonaro! Você não tem a menor condição de governar o Brasil”, recomendou.
Sem comandante
Líder do PSB na Câmara, deputado Alessandro Molon (RJ) lamentou a falta de um líder.
“Cada vez mais gritante o descaso do presidente brasileiro em relação ao novo coronavírus e a vida dos cidadãos. O Brasil está sem comandante quando mais precisa! Faremos a nossa parte pelo Brasil, apesar do Presidente da República, pela saúde de todos!”, comentou.
Já Tabata Amaral (PDT-SP) afirmou que a atitude do mandatária apenas confirma a sua irresponsabilidade. “Lamento profundamente a primeira morte causada pelo coronavírus em SP. A cidade está em estado de emergência e é absurdo que continuem brincando com as nossas vidas. O Presidente chamar precaução de histeria só reafirma sua pequenez e irresponsabilidade.
Impeachment
Ontem, Leandro Grass (Rede-DF) protocolou um pedido de impeachment contra o presidente. O documento entregue à Secretaria Geral da Mesa da Câmara dos Deputados, está baseado em “crimes de responsabilidade” cometidos por Bolsonaro.