
O Grupo de Estudos Cidades Inteligentes, conduzido pelo Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara dos Deputados, debateu, nesta terça-feira (10), o papel da Educação para promover uma Sociedade Inovadora e Altamente Qualificada.
No encontro, que reuniu representantes de diferentes entidades ligadas ao tema, participantes reafirmaram a necessidade de combater a desigualdade no país e investir no uso de tecnologias no ensino para garantir a competitividade nacional nos próximos anos.
Citando o caso da Estônia, o país europeu com melhor desempenho no último Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), a Presidente do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (Cieb), Lucia Dellagnelo, afirmou que práticas inovadoras são o maior trunfo entre os alunos da nova geração.
De acordo com a dirigente do Cieb, o investimento em tecnologia é a chave para fazer com que estudantes se engajem e se adaptem às novas profissões de um mercado de trabalho ainda em ascensão.
“É preciso q os alunos entendam a tecnologia e o Brasil está falhando na formação de capital humano. Estamos em um momento divisor de águas. Ou usamos a tecnologia para fazer a mudança exponencial que o Brasil precisa ou ficaremos sempre para trás, como nas últimas pesquisas educacionais”, ponderou.
Desigualdades
Secretário de Estado da Educação e Ciência e Tecnologia da Paraíba, Cláudio Furtado, afirmou que o maior desafio nacional é reduzir as dicotomias existentes no país.
“A Paraíba é o quinto estado em número de doutores, mas tem 17% da população analfabeta. Ou seja, não podemos esquecer de evoluir na educação básica, mas também precisamos dar oportunidade para que os jovens possam aprender, empreender e desenvolver”, disse, apontando o ensino integral e a formação de professores como recursos fundamentais para o avanço.
PNE
Vice-presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e Dirigente Municipal de Educação de Jucás (CE), José Marcos Aurélio defendeu que para ter cidades inteligentes, o Brasil precisa planejar a oferta da educação pública com qualidade social.
“Esse planejamento está no Plano Nacional da Educação (PNE), mas ele precisa ser realmente implementado”, recordou, fazendo menção à Lei no. 13.005/14, cuja vigência termina em 2024.
Estudo
As palestras e experiências apresentadas pelo Grupo de Estudos irão subsidiar o estudo sobre Cidades Inteligentes, que está sendo desenvolvido na Câmara dos Deputados.
A publicação irá compilar os debates, discussões e conhecimento adquirido ao longo do ano e pretende ser referência para administrações municipais e construção de legislações adequadas.