
Por Carolina Fortes
O ministro da Economia, Paulo Guedes, chamou o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, de “burro” durante reunião que discutia os R$ 600 milhões de recursos retirados da pasta.
No encontro, que tinha deputados da base e da oposição, ele também afirmou que “às vezes se pergunta” o que está fazendo no governo.
Segundo a coluna Painel, da “Folha de S. Paulo”, Guedes disse que há muita incompetência na gestão do dinheiro público, que os ministros não executam os recursos que estão disponíveis e que deixam valores parados, sem utilização.
O nome de Pontes não foi citado, apenas o apelido de “astronauta”. De acordo com relatos, ele deu a entender que o colega de Esplanada vive no “espaço” e não entende nada de gestão.
Guedes também disse que pode conversar para devolver o dinheiro cortado do Ministério da Ciência, mas especificou que não negociará com o “astronauta”, apenas com técnicos que entendam do assunto.
Sob ameaça recente de demissão após uma debandada de quatro secretários do ministério, Guedes mencionou que tentaram derrubá-lo recentemente e que a todo momento tentam culpá-lo pelos fracassos do governo.
O ministro afirmou que “não é político, nem nunca foi” e que quem decide para onde vai o dinheiro é a Casa Civil, comandada por Ciro Nogueira (PP-PI), que disse ser responsável por colocar ou tirar recursos das pastas.
Guedes também criticou o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, dizendo que o colega teve um “piripaque” em julho, logo após perder parte de seu orçamento. Naquele mês, Marinho passou por uma cirurgia de coração.
Outro alvo de Guedes foi Onyx Lorenzoni, ministro do Trabalho. Guedes concordou com a fala de um parlamentar de que Onyx gastou dinheiro apenas com “campinhos de futebol”, se preocupando somente em distribuir troféus em campeonatos esportivos ao invés de pensar prioridades.
O único colega que recebeu elogios foi Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura, que Guedes usou de exemplo como um ministro que investe na área logo que recebe recursos.