
Os brasileiros de maneira quase uníssona têm medo de que o presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifeste sobe a invasão da Rússia na Ucrânia.
A opinião pública pede que Bolsonaro não se manifeste sobre o conflito, não tome partido do presidente da Rússia, Vladimir Putin, e tampouco envolva o Brasil na guerra.
As conclusões são de um levantamento feito entre os dias 23 e 25 de fevereiro pela agência .MAP.
Conversas sobre a guerra ocuparam 33% das 2,5 milhões de publicações captadas pela agência no período —o equivalente a 841 mil postagens. Desse universo, 65% das menções foram feitas por perfis não militantes.
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A direita comentou mais sobre o assunto, respondendo por 12% das publicações sobre Rússia e Ucrânia. Dentro do segmento, predominaram críticas ao vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que se manifestou contra a invasão e a petistas.
Já a esquerda teve 4% de participação no debate e tem comparado Jair Bolsonaro a Putin, repudiado a guerra e apresentado questionamentos sobre a possível alta nos preços dos combustíveis.
Outros 15% têm manifestado solidariedade em relação aos brasileiros residentes na Ucrânia. Os usuários também demonstram preocupação sobre eventuais riscos nas relações comerciais entre os países.
Falas de Bolsonaro
A preocupação dos brasileiros não é à toa. Neste domingo (27), Bolsonaro disse que a população da Ucrânia confiou em um comediante os destinos da nação, se referindo ao presidente Volodymyr Zelensky.
“Como o Zelenski, que é um comediante que foi eleito presidente da Ucrânia, eu acho que o povo confiou nele pra traçar o destino de uma nação”, afirmou.
E completou: “ele deve ter o equilíbrio, segundo a nação ucraniana, pra tratar desse assunto, tanto é que ele já aceitou conversar”.
Massacre
Ao ser perguntado se ia se manter neutro diante do que está ocorrendo na Ucrânia e da iminência de ocorrer um massacre com civis, o presidente disse à jornalista que ela estava exagerando com a palavra “massacre”.
“Você está exagerando com a palavra massacre, não há interesse por parte de um chefe de Estado como o da Rússia de praticar um massacre onde quer que seja. Ele tá se empenhando aí em duas regiões do Sul da Ucrânia que em referendo, mais de 90% da população quer se tornar independente, quer se aproximar da Rússia”, afirmou.
Ao ser perguntado se condena as ações do presidente da Rússia, Vladimir Putin, Bolsonar disse que não tem elementos. “Eu vou esperar o relatório da ONU para emitir a minha opinião”, afirmou.
Bolsonaro negou conversa com Putin
Em uma postagem nas redes sociais, na manhã desta segunda-feira (28), Bolsonaro afirmou: “Não procede a informação que eu teria falado com o Presidente Putin no dia de hoje. Conversei com ele apenas por ocasião da minha visita à Rússia em 16 de fevereiro”.
Por Julinho Bittencourt, da Fórum, com informações da coluna de Mônica Bergamo