
Um hacker português em prisão domiciliar é o principal suspeito de ter cometido ataques cibernéticos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no primeiro turno das eleições municipais deste ano. Investigações o liga a extremistas bolsonaristas. O Estadão conversou com o hacker, de codinome Zambrius, por e-mail.
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Zambrius disse ter agido sem ajuda de Portugal, munido apenas de um celular.
“Eu realizei tudo sozinho”, afirmou ele. “Estou sem computador. Se o tivesse, acredite que o ataque teria um impacto muito maior”.
O hacker admitiu que os dados roubados do TSE não têm ligação com o resultado das urnas, contrariando bolsonaristas que difundiram em redes socais que o resultado do pleito teria sido comprometido com o ataque.
Explorador de vulnerabilidades
Aos 19 anos, Zambrius se define como um viciado em explorar vulnerabilidades. Diz que só atacou o TSE porque a Corte declarou ter reforçado a segurança após a invasão a domínios do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Questionado pelo Estadão se tem ciência de que ajudou a criar a falsa narrativa bolsonarista de fraude, ele disse ter escolhido a data por “diversão”. Se fizesse antes, não haveria a “piada”.
Investigação
Os indícios de elo de Zambrius com os extremistas brasileiros estão sob análise de investigadores do Ministério Público Federal (MPF) e de técnicos do TSE. As suspeitas são reforçadas em dois pontos: o histórico de atuação do hacker, líder do grupo denominado CyberTeam, e o modus operandi na internet de radicais, no Brasil, especialistas em tecnologia da informação.
Com informações do Estadão
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