
O cenário no Hospital Moinhos de Vento, o maior da rede privada de Porto Alegre (RS), em meio à explosão de internações de pacientes com Covid-19 é de um verdadeiro “campo de guerra“. Com o número de mortes também aumentando, a instituição vai contratar contêineres para acomodar os mortos pela patologia, segundo disse o superintendente médico Luiz Antônio Nasi nesta terça (2).
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“A nossa lista da morgue [necrotério] ultrapassou ontem [1º] a capacidade de acomodar as pessoas que faleceram dentro do hospital. Estamos contratando um contêiner para poder colocar as vítimas. A rede pública também vive o mesmo drama da superlotação, da lotação das UTIs [Unidades de Terapia Intensiva]”, relatou Nasi em entrevista à GloboNews.
Para o superintendente do hospital, a capital gaúcha está vivendo hoje o “apogeu da gravidade” da pandemia. No último ano, o hospital já atendeu mais de 7 mil infectados pelo coronavírus, mas o cenário atual é diferente: além de mais jovens, os pacientes também estão “muito mais graves”.
“Se vocês entrassem e vissem, é um campo de guerra. Todo mundo sendo mobilizado no hospital, médicos, anestesistas, enfermeiros de todas as áreas. Nós estamos, realmente, em uma situação calamitosa”, acrescentou.
Ocupação de leitos
O Hospital Moinho de Ventos é o que registra maior ocupação de leitos de UTI em Porto Alegre, de acordo com o sistema de monitoramento da prefeitura. Até esta manhã, a taxa era de 119,7%, com 79 pacientes para 66 leitos em operação. Do total de internados, 72 — ou 91,1% — são casos confirmados de covid-19.
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Outros oito hospitais da capital gaúcha também estão com taxa de ocupação de UTIs em 100% ou mais. Depois de Moinhos, vêm o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, com 109,82%, e o Hospital Independência, 105%.
Com população de cerca de 1,5 milhão de habitantes, Porto Alegre já soma 106.447 infectados pelo coronavírus desde o início da pandemia, ainda segundo a prefeitura. O número de mortos é de 2.418.
Com informações do Estado de Minas