
O preço dos alimentos no país não para de subir e continuar a pesar bem mais para quem ganha menos. A inflação dos itens que compõem a cesta básica chegou a 12,67% no acumulado dos últimos 12 meses até fevereiro, de acordo com levantamento feito por professores do curso de economia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).
O resultado é maior do que o calculado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IGBE), que até fevereiro registrou alta de 10,54% no mesmo período.
“Toda a população é afetada pela alta dos alimentos que compõem a cesta básica. As pessoas querem comprar produtos como café, açúcar, pão e carne. Mas são as classes com renda mais baixa que sofrem mais com uma inflação tão alta”, disse à Folha o economista Jackson Bittencourt, coordenador do curso de economia da PUCPR.
O indicador da PUCPR é composto a partir da variação de preços de 13 alimentos que fazem parte da cesta básica e passou a divulgar o estudo em setembro do ano passado.
Leia também: Alta dos combustíveis deixam viagens de apps de transporte mais caras
Mais de R$ 700 na cesta básica
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), as maiores altas de fevereiro foram registradas nas regiões Sul e Centro-Oeste.
Em Porto Alegre, alta de 3,4%; Campo Grande, 2,78%; Goiânia, 2,59%; e Curitiba, 2,57%.
Em São Paulo, por exemplo, a cesta básica sai ao custo médio de R$ 715,65; seguido por Florianópolis, com R$ 707,56; Rio de Janeiro, com R$ 697,37; Porto Alegre, com R$ 695,91; e Vitória, com preço médio de R$ 682,54.
Em 12 meses, o aumento varia de 10% (Porto Alegre) a 23% (Campo Grande). Chega perto de 20% também em Natal (19,98%). E sobe 11,91% em São Paulo.
O poder aquisitivo do salário mínimo caiu ainda mais e o piso calculado pelo instituto superou os R$ 6 mil.
Com informações da Folha e Rede Brasil Atual