
A inclusão econômica das mulheres é crucial para o momento pós-pandemia. A avaliação é da deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA). A socialista mediou uma audiência pública promovida pela Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (29).
Mulheres são centrais para a economia pós-pandemia
O evento teve como tema central a Reforma Tributária sob a perspectiva das mulheres. A audiência faz parte de uma série de debates realizados pelo grupo em homenagem ao mês das mulheres.
“Temos que pensar em uma economia com inclusão das mulheres. O desafio é que elas alcancem os melhores postos profissionais e salariais do país. Tenho repetido aqui que a pandemia nos atacou de forma dramática, vendo a miséria e a fome chegar de forma arrebatadora principalmente em lares femininos. Não dá para pensar na economia pós- pandemia sem pensar nas mulheres.”
Lídice da Mata (PSB-BA)
Uma das participantes da audiência, a representante do Grupo de Estudos Tributação e Gênero do Núcleo de Direito Tributário da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Thathiane Piscitelli, as propostas previstas na Reforma Tributária reforçam as diferenças de gênero.
“Estamos falando de um público que chefia 40% dos lares no país, dos quais 64% abaixo da linha da pobreza chefiados por mulheres negras. Precisamos levar em consideração a questão de gênero em qualquer reforma de tributos no Brasil.”
Thathiane Piscitelli
Piscitelli citou um estudo sobre tributação realizado pelo grupo que integra. Ela informa que a pesquisa propõe a dedução de imposto de renda e incentivos fiscais à contratação de mulheres, mulheres vítimas de violência e apoio ao afro empreendedorismo. O estudo propõe ainda a diminuição de custos de itens básicos como absorventes, fraldas, anticoncepcionais e medicamentos hormonais. .
A professora e pesquisadora do Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Débora Freire, afirmou que as mulheres são as primeiras a sofrerem com efeitos da recessão, além de serem as mais impactadas com trabalhos informais ou precários.
“Para a reforma tributária ter um impacto positivo deve-se reduzir custos de produção, com isso, impactar a redução de custo do consumo das famílias mais pobres. E eficiência tributária pode acontecer se conseguirem aumentar o acesso ao consumo.”
Débora Freire, UFMG
Com informações do PSB na Câmara