
O presidente eleito no último domingo (30), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), escolheu o seu vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), para coordenar a equipe de transição do governo. Com a incubência, Alckmin liderará uma equipe com 50 nomes, que mesclará quadros técnicos e políticos para dialogar com integrantes da gestão do derrotado Jair Bolsonaro (PL).
Os principais líderes do PT, como Aloísio Mercadante e Gleisi Hoffmann, e dos partidos da coligação que elegeu Lula devem compor o grupo. A equipe de transição despachará do prédio do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.
Na tarde de ontem (31), Gleisi e o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), coordenador de comunicação da campanha, conversaram por telefone com o ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Ciro Nogueira (PP), na tentativa de “quebrar o gelo” na transição entre os dois grupos.
Equipe de transição pode enfrentar desafios com governo Bolsonaro
De acordo com informações do UOL, o PT não espera qualquer facilitação da gestão atual no acesso a dados e informações, e diz temer até sabotagem. Com Lula liderando as pesquisas desde o ano passado e as diversas ameaças do presidente em não aceitar o resultado, o partido se prepara há meses para fazer uma transição praticamente sozinho.
Para a cúpula petista, já está dado que Bolsonaro só deverá fazer o que a lei manda — e de jeito protocolar e mal feito.
Petistas acham que as pastas não darão acesso a parte das informações. Alguns ministérios podem ser pior do que outros, em especial os geridos por ministros ligados à chamada “ala ideológica” do governo, como Comunicações, Educação, Relações Exteriores e Defesa.
Nos bastidores, há ainda um medo de que setores do governo atual façam um movimento de sabotagem deliberado: deixem a nova gestão no escuro ao máximo que puder e, em casos extremos, cheguem a apagar arquivos.