
Depois de idas e vindas, foi confirmado nesta quinta-feira (16), a saída de Luiz Henrique Mandetta do ministério da Saúde. No lugar dele assume o oncologista e empresário, Nelson Teich. Hoje, Teich esteve reunido no Palácio do Planalto com Jair Bolsonaro (sem partido), quando o presidente formalizou o convite para assumir a pasta.
Pelo Twitter, logo após deixar o Palácio do Planalto, Mandetta agradeceu a chance de planejar o enfrentamento da pandemia.
“Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso da minha demissão do Ministério da Saúde. Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS [Sistema Único de Saúde], de pôr de pé o projeto de melhoria da saúde dos brasileiros e de planejar o enfrentamento da pandemia do coronavírus, o grande desafio que o nosso sistema de saúde está por enfrentar. Agradeço a toda a equipe que esteve comigo no MS e desejo êxito ao meu sucessor no cargo de ministro da Saúde. Rogo a Deus e a Nossa Senhora Aparecida que abençoem muito o nosso país”, escreveu em seu perfil.
As principais divergências entre Mandetta e o presidente ocorreram em decorrência das formas de enfrentamento à pandemia do coronavírus. Enquanto Bolsonaro defendia a volta à normalidade, o ministro deixou claro que seguiria as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), de definir o isolamento social.
Embates
Depois de quase ser demitido na última semana, a relação entre Bolsonaro e Mandetta ficou ainda mais difícil após o ministro afirmar ao Fantástico, no último domingo (12), que a população ficou confusa diante da crise da Covid-19, porque “não sabia se escutava o ministro ou o presidente”.
Na última segunda (13), Mandetta teria avisado a auxiliares e assessores próximos que a demissão do cargo estava próxima. Ele voltou a confirmar a informação na manhã de hoje, durante um debate online com especialistas sobre a Covid-19.
À coluna Radar, da Revista Veja, o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), do mesmo partido de Mandetta, declarou que a demissão do ministro seria encarada como uma “péssima notícia” para o país. “Para o Democratas, foco é no trabalho, o que menos preocupa o Mandetta é o Diário Oficial. Já não é mais surpresa para nós”, disse parlamentar.
Depois de ganhar o apoio da ala militar do Governo, que reconheceu a incompatibilidade de ambos, o presidente já havia afirmado a aliados que Mandetta seria demitido ainda esta semana.
Quem é o novo ministro?
Teich é do Rio de Janeiro e tem relações com nomes importantes dentro do governo. Foi fundador do grupo Clínicas Oncológicas Integradas (COI) e também teve participação no Instituto de Educação e Pesquisa, no qual era sócio de Denizar Vianna, atual secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos de Mandetta.
Nascido no Rio de Janeiro, é formado em medicina pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e se especializou em oncologia no Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Atualmente, é sócio da Teich Health Care, uma consultoria de serviços médicos. Atuou como consultor informal na campanha eleitoral do presidente, em 2018, e, na época, até chegou a ser cotado para o cargo, mas acabou preterido por Mandetta.