
Na reta final da eleição presidencial da França, milhares de manifestantes tomaram as ruas de ao menos 30 cidades contra a candidata ultradireitista, Marine Le Pen. Ela aparece em segundo lugar nas pesquisas de voto dos franceses e vai disputar o segundo turno com o atual presidente, Emmanuel Macron, no próximo final de semana.
Na capital Paris, milhares foram às ruas neste sábado (17) e entoaram frases contra Le Pen e a ameaça à democracia que ela representa.
“Contra a extrema-direita. Por justiça e igualdade. Não a Le Pen no [palácio do] Eliseu”, dizia um dos cartazes.
Pesquisa publicada no dia dos protestos pelo instituto Ipsos mostrou que, Macron conquistaria a reeleição com 55,5% dos votos, contra 44,5% de Le Pen.
“Se a extrema direita estiver no poder, veremos um grande colapso dos campos democráticos, antirracistas e progressistas. As pessoas precisam perceber que, apesar de sua raiva contra Emmanuel Macron e suas políticas, não há equivalência entre um candidato liberal e conservador e uma candidata de extrema-direita”, defendeu Dominique Sopo, presidente do SOS Racismo, que convocou os protestos junto de dezenas de grupos de direitos humanos, sindicatos e associações.
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Na quinta-feira (14), cerca de 150 estudantes bloquearam a entrada do prestigiado Instituto de Ciência Política com faixas com frases que diziam “Não à extrema-direita” e “Não há bairros para fascistas, não há fascistas em nossos bairros”.
Macron quer convencer direita e esquerda
Já no segundo turno, Macron tenta convencer os eleitores de Le Pen e da esquerda ao mesmo tempo.
“Quero entrar em contato com qualquer pessoa que queira trabalhar para a França. Estou pronto para inventar algo novo para reunir convicções e sensibilidades”, afirmou o atual presidente ao final do primeiro turno das eleições.
Ao se dirigir diretamente aos que votaram na extrema direita, Macron disse que quer convencê-los.
“Quero convencê-los nos próximos dias de que nosso projeto responde muito mais solidamente do que a da extrema direita aos seus medos e aos desafios dos tempos. Não se engane, nada está decidido e o debate que teremos na próxima quinzena é decisivo para o nosso país e para a Europa”, alerta o candidato.
Com informações da Folha, Reuters e AFP