
Por Julinho Bittencourt, da Revista Fórum
Senadores da CPI da Covid receberam denúncias da rede federal de Saúde do Rio de Janeiro de que milicianos estariam operando serviços dentro de hospitais da cidade. A situação já havia sido denunciada pelo ex-governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, em junho desse ano.
Os senadores ficaram assombrados com a informação de que eles exploravam lanchonetes e creches vinculadas ao ministério da Saúde, instaladas em hospitais do estado.
Leia também: Aliel luta para reverter cortes no orçamento da Ciência e Tecnologia
Entre os casos investigados pela Polícia Federal (PF), está o da exploração de um terreno em frente ao hospital Cardoso Fontes (foto), na Zona Oeste do Rio.
O local, conforme informação da coluna de Lauro Jardim, do UOL, era usado para tratamento de água e esgoto da unidade de saúde, mas foi ocupado, sem licitação, e “passou a ser explorado comercialmente para atividade de estacionamento”, segundo a PF.
O negócio, de acordo com as denúncias, era operado por milícias com a conivência da direção da casa de saúde.
Witzel alertou a CPI
Durante o seu depoimento na CPI da Pandemia no Senado, em junho, o ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afirmou que corre risco de morte nas mãos de milicianos que participam de uma suposta máfia da saúde no estado que governou. A atuação das milícias é um dos temas abordados no relatório da comissão.
“Você pode ter certeza, senador Renan, que eu corro risco de vida (Sic). Eu tenho certeza, porque a máfia da saúde no Rio de Janeiro e quem está envolvido por trás… tenho certeza que tem miliciano envolvido por trás disso. Eu corro risco de vida com minha família”, disse, recebendo promessa de proteção pelo relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL).