
Por Julinho Bittencourt
Nenhum PM da ativa participou dos atos a favor do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido). Este foi o saldo do comando da Polícia Militar (PM) de São Paulo com relação às manifestações do 7 de Setembro na avenida Paulista.
O balanço foi comemorado pela direção da corporação que havia determinado que PMs de folga não deveriam participar de manifestações políticas no feriado, de acordo com reportagem de Rogério Pagnan, na Folha.
Apenas policiais aposentados foram identificados no protesto da avenida Paulista, como já era esperado, o que não configura transgressão disciplinar.
A orientação do comandante-geral, coronel Fernando Alencar Medeiros, era para que os oficiais punissem todos os subordinados flagrados participando de manifestações políticas nas folgas. A falta é considerada média.
O efetivo das corregedorias das duas polícias foi reforçado para enfrentar uma possível adesão. A avaliação da cúpula da segurança é que a ordem foi cumprida, e o comando de Alencar sai fortalecido.
Coronéis ouvidos pela Folha afirmam até defender o impeachment de Bolsonaro como forma de tentar pacificar e acalmar o país em meio a crises política, econômica e sanitária.
44% disseram que não tinham a intenção de comparecer às manifestações
Uma pesquisa de opinião realizada pelo instituto Atlas Intelligence revelou que 44% dos policiais militares brasileiros não tinham a intenção de comparecer aos atos golpistas convocados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para o 7 de setembro, Dia da Independência. No universo de 3.146 PMs ouvidos pela pesquisa por todo o país, 15% disseram ainda que provavelmente não iriam, enquanto 5% afirmaram que talvez fossem, número quase igual aos 6% que não souberam responder.
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Como a participação de militares em atos políticos é vetada no país pela lei, 40% dos entrevistados afirmaram estar em desacordo com essa norma e gostariam que os fardados pudessem frequentar livremente eventos do tipo.
Entre os policiais civis, a adesão ao bolsonarismo é bem menor. Apenas 17% afirmaram que pretendem participar dos atos golpistas e 70% acreditam que a convocação feita pelo presidente para essas manifestações “não é justificada”, enquanto só 29% dos PMs pensam do mesmo jeito. Também foi de 70% a proporção dos policiais civis que afirmaram que “com certeza não comparecerão” à convocatória do presidente.
Com informações da Folha