
Com oficialização de Marcelo Queiroga passando por complicações e o general Eduardo Pazuello cumprindo ‘hora extra’, o Ministério da Saúde está sem comando durante o pior momento da pandemia. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, secretários da pasta afirmam que não há “absolutamente ninguém” para estabelecer diálogo ou tomar decisões.
Anunciado como novo ministro da Saúde no último dia 15 de março, Queiroga ainda não foi nomeado em razão de um erro básico do governo de Jair Bolsonaro. Integrantes do Planalto esqueceram de verificar se o médico constava como administrador de alguma empresa na Receita Federal. Para assumir oficialmente como ministro, ele precisará deixar de ser administrador de duas empresas.
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Não bastasse a falta de comando enquanto a média móvel de sete dias de óbitos pela Covid-19 chegou a 2.255, o 23º recorde seguido, há cerca de seis meses os técnicos do Ministério da Saúde foram impedidos de pactuar contratos, o que era rotineiro, rompendo assim mais uma ponte entre estados, empresas e o governo federal.
Recorrendo a expressões de guerra, um dos secretários da pasta afirma que cada um deles está em sua trincheira, isolado, pressionado pelas tropas inimigas, sem ajuda. Enquanto isso, o país se aproxima das 300 mil mortes pela doença, um real cenário de guerra.
Plano de vacinação travado
O atraso do Brasil em contratar vacinas, a oferta de poucas doses chegando para os Estados a cada semana e a incerteza sobre o cronograma de novas entregas, cuja previsão é alterada com frequência pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, têm impedido que o país acelere seu programa de vacinação contra a Covid-19.
Balanço da vacinação deste domingo (21) aponta que 11.805.991 pessoas já receberam a primeira dose de vacina contra a Covid-19, segundo dados divulgados até as 20h. O número representa apenas 5,58% da população brasileira. A segunda dose já foi aplicada em 4.160.093 pessoas (1,96% da população do país).
Com informações da Folha de S. Paulo